domingo, 22 de julho de 2012

Do quê a senhora tem medo? E ela diz: de ofender a Deus! Este é o único medo que devemos ter na vida.


Do quê a senhora tem medo? E ela diz: de ofender a Deus! Este é o único medo que devemos ter na vida. –Palavras da Lola segundo o Dr. Cláudio Bomtempo em seu artigo publicado n'O Imparcial do dia 12 de setembro de 2010



Na verdadeira doutrina católica, o amor ao próximo é derivado do amor de Deus. Amamos ao próximo porque ele é amado por Deus, a quem amamos sobre todas as coisas, que se existem é porque foram por Ele criadas.

A inversão desses valores, a troca de lugar do amor ao próximo pelo amor de Deus é responsável por todo o caos em que vivemos. O caos do relativismo. Se o próximo fica no lugar de Deus, tudo o que ele faz está certo, mesmo se vai contra todas as leis natureza e dos preceitos divinos.

O pecado passou a ser admoestar, chamar atenção para erros cometidos, principalmente por aqueles cujos atos atingem um grande número de pessoas, cada uma delas com seus direitos inerentes.

Em Rio Pomba vivemos estes tempos com total intensidade porque a santidade da Lola é maior do que todo o materialismo, por mais poderoso que ele seja.
Por mais que a queiram olhar com olhos pragmáticos, a transcendência da sua vida se mostra maior.

Porém, o raciocínio materialista e pragmático já se  encontra atuante na maioria das pessoas, principalmente porque estas ideias têm sido veiculadas  há muitos anos, pelos padres, pela catequese, pelos livretos de cursos de batismo e noivos, pelas músicas cantadas na igreja, todas de fundo materialista, ou seja, trazem a mensagem de o que importa é o conforto material do outro, do próximo; tudo mais é sem sentido se for desvinculado do amor incondicional ao próximo.

Apesar de a piedade cristã fazer parte do DNA do povo, ela é continuamente desmotivada; quantas missas temos, por dia, na cidade cuja população aumentou consideravelmente?

A Santa Missa é o cerne da vida católica, é nela temos o Cristo presente em corpo, alma e divindade, para atender pessoalmente a cada ovelha do seu rebanho. No entanto, cada vez temos menos missas. . .

O pseudocatolicismo de hoje, pragmático, passa por cima de tudo o que remete ao transcendente, assim os ritos são cada vez menos solenes, cada vez mais teatrais, envolvendo a participação de cada vez mais pessoas, que se sentem importantes por serem evidenciadas.

Cada vez mais o social ocupa o espaço do espiritual.

Nesse ambiente, inóspito à espiritualidade, a Lola passou seus últimos dias, tomou as precauções que podia quanto à guarda da sua espiritualidade, fazendo um testamento que tece detalhes do que haveria de ser feito por quem quisesse fazer uso do seu patrimônio material, que para ela era apenas instrumento, suporte, para fazer com que o Sagrado Coração de Jesus fosse cada vez mais conhecido, e, portanto, amado.

Mas o pragmatismo materialista não considerava relevante sua espiritualidade, para ele, a espiritualidade é estéril, não traz nenhum benefício material ao povo.

Desta maneira, segundo o relato de quem participou do evento, logo após sua morte, algumas pessoas entraram na sua casa, fizeram uma assepsia das coisas que poderiam ser consideradas relíquias, e até suas roupas, foram levadas para Juiz de Fora para serem doadas aos pobres, porém, como houvesse reclamações a esse respeito, essas roupas voltaram, depois.

O que foi feito do seu tesouro, das caixas com os santinhos marcados pelas comunhões das primeiras sextas-feiras, que as pessoas que alcançavam graças lhe levavam, sinais de louvor e culto ao Sagrado Coração de Jesus?

Segundo relato de pessoas participantes, nas reuniões que se seguiram logo após sua morte, ficou proibido mencionar o seu testamento, embora o jornal O Imparcial o tenha publicado.

A princípio, o padre Paulo Dionê, seu diretor espiritual vinha sempre a Rio Pomba, assim como frei José, e mais sacerdotes amigos da Lola, que de repente, pararam de vir para as celebrações das primeiras sextas-feiras, enquanto o pároco da Paróquia de São Manoel desestimulava a vinda de pessoas de fora, dizendo que a missa ali celebrada, era a mesma celebrada nas suas cidades, que o pároco de cada uma delas poderia ficar enciumado se elas viessem a Rio Pomba.

Ao ver a memória da Lola se tornar quase um tabu, porque falar da santidade dela provocava a crítica dos padres, foi, a duras penas, vencendo todas as barreiras impostas pela Arquidiocese, fundada a AACL, Associação dos Amigos da Causa da Lola.
Durante os trâmites da fundação constatou-se o golpe à memória da Lola, as escrituras de suas terras, (por que se tornaram duas?) diziam que elas estavam livres e desimpedidas de qualquer ônus ou obrigação podendo receber o destino que quiser do seu proprietário.

As pessoas se acostumaram a nos ver como quem está muito preocupado com as terras, como fossemos delas tirar algum proveito pessoal, ou que déssemos muita importância à propriedade material em si.

É muito proveitoso, para quem está do outro lado, que a confusão ocupe a cabeça de quem não dá tanta importância ao assunto.

Mas o que concretamente acontece é que:

-Lola fez um testamento especificando o destino de suas terras: integralmente para a divulgação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, segundo Santa Gertrudes e Santa Margarida Maria de Alacoque.

- Seu testamento "desapareceu" das escrituras, o que isso significa:

- Que Dom Luciano Mendes de Almeida, que as assinou recebendo, considerou sua vontade irrelevante, sem valor, o que significa que:

- Para Dom Luciano a santidade de Lola não tinha nenhum valor, porque se ele a considerasse, não teria coragem de fazer o que fez, receber as escrituras em tais condições, omitindo o testamento, porque consideraria que a vontade da Lola, manifestada no testamento, estava totalmente de acordo com a vontade de Deus, a Quem ele, mais do todos, deveria servir fielmente.

- Dom Luciano, ainda que não considerasse Lola santa, por dever de autoridade eclesiástica e cidadão civil não poderia aceitar receber escrituras das quais foram omitidas a averbação do testamento a que estavam vinculadas. Isto constitui uma fraude, um crime pelas leis do nosso país.

- É sabido que as ações urdidas em sigilo, ao arrepio da lei e dos princípios morais são denominadas, pelos intelectuais, de manipulação, pelos que se dizem politicamente corretos, desvio de função e objetivo; mas para as pessoas sérias e de coração simples o termo correto seria tramoia ou trambique, não importando quem e quais sejam as pessoas nelas envolvidas.


A diretoria da AACL procurou por diversas vezes as autoridades da Arquidiocese pedindo que fosse sanado esse erro, pelo qual só recebia adjetivos desqualificativos de todos os tipos, proferidos no altar. Findados todos os recursos entrou-se com um pedido judicial no Fórum de Rio Pomba.

Durante todos esses anos Dona Myriam, que era, então, presidente da AACL, sofreu todas as pressões para que retirasse o processo do Fórum.

Importante notar que nunca era cogitada a correção do erro no cartório por iniciativa da Arquidiocese.

Por que a necessidade de que o processo seja retirado do Fórum pela parte queixosa?

A resposta nos veio, por Dom Geraldo Lyrio, atual arcebispo de Mariana, quando convocou uma reunião com a diretoria da AACL, cujo objetivo, ficou claro, era tirar o processo do Fórum e extinguir a associação:

Suas palavras foram ameaçadoras:
"Cuidado com o que vocês escrevem sobre a Lola, qualquer, mas qualquer, coisa que for publicado sobre um candidato ao altar será considerada num processo de beatificação."

Se for verdade, a beatificação de Dom Luciano Mendes de Almeida, o grande, conhecido no mundo inteiro por suas atividades políticas, está sendo ameaçada por um processo na justiça no qual ele é acusado de receber escrituras de terras de maneira fraudulenta, prejudicando a memória de uma humilde serva de Deus que vivia somente do seu Deus na Eucaristia.

Pode soar como um insulto a ouvidos sensíveis o dizer uma coisa dessas, mas, a AACL, que reivindica na justiça a reparação do erro, se sente sobremaneira insultada pela atitude do então arcebispo.

Embora considere e peça que esta falta lhe seja reparada pelo Sagrado Coração de Jesus e que sua alma goze da companhia da Lola no Céu, a associação não tem o poder de abafar este fato, em prejuízo do Reino de Deus. Seria arrogância e prepotência passar por cima dos interesses do Reino de Deus, tal como é concebido pela espiritualidade da Lola e diz a nossa fé, para acobertar um erro do então arcebispo, para agradar as pessoas, por mais importantes que sejam.

Aqui cabe de novo:
Do quê a senhora tem medo? E ela diz: de ofender a Deus! Este é o único medo que devemos ter na vida.

Deveríamos obedecer a quem dá ordens contra o reino de Deus?

Seria justo, diante de Deus, deixar como estão as escrituras desvinculadas do testamento, para que Dom Luciano Mendes goze da glória dos altares, ele que tanto trabalhou para que os interesses sociais sobrepusessem os interesses espirituais defendidos e praticados pela Lola e que compreendem os verdadeiros interesses da nossa religião?

Esperamos poder deixar claro que o motivo que nos move nesta luta é apenas espiritual, que as terras deixadas pela Lola possam ser usadas segundo o seu testamento somente para a prática, estudo  e divulgação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Isto constitui um direito nosso como parcela da população católica, quer seja ou não do agrado de quem ocupe os cargos administrativos da Arquidiocese de Mariana, uma vez que estão em perfeita comunhão com o as orientações do Santo Padre, o Papa.

Respeitamos o direito dos adeptos da teologia da libertação de lutar para o mundo seja segundo o seu ideal, porém não abrimos mão do nosso espaço na vida eclesial, não podemos calar a voz da nossa piedade cristã por decisão de vontade meramente humana.

Quem acredita no princípio da igualdade, bandeira desse movimento, deve reconhecer que nós, adeptos da espiritualidade da Lola, da religião Católica Apostólica Romana tal como se encontra registrada no Catecismo da Igreja Católica e em todos os documentos da Santa Sé de Roma, também temos o direito de lutar pelo nosso ideal de viver e divulgar a nossa crença, conforme assegura o Código de Direito Civil Brasileiro (CF, art. 5º, VI a VIII).

Dentro do pensamento da teologia da libertação, reivindicamos o tão proclamado direito das minorias. Gostaríamos de ser considerados próximos deles para gozar de todas as prerrogativas que conferem às pessoas alvos dos seus processos de inclusão. Precisamos que eles reconheçam e lutem pelo nosso direito assim como abraçam causas tão diversas.

De nossa parte, se deixarmos de fazer o que fazemos, se capitularmos às promessas lisonjeiras e às pressões ameaçadoras, estaremos ofendendo nosso Deus, estaríamos entre os que trocam o amor de Deus pelo amor ao próximo, ao próximo que cada vez recebe menos amor, porque Deus, que é o Amor, tem sido cada vez mais excluído de suas igrejas.

Confiamos no Sagrado Coração de Jesus, nos apoiamos no exemplo da Lola, e somos infinitamente gratos a Ele por poder viver o seu amor com tanta intensidade! Quanto mais difícil a situação, mais presente Ele se mostra, uma vez que sabe que só conseguiremos o que for, por Ele, com Ele e nEle.

Tudo por Vós ó Sagrado Coração de Jesus!

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