quarta-feira, 30 de março de 2011

Na presença de Deus

                  Dom Bernardo Schuh O.S.B.

Pintura de Bruno de Giusti
                     Detalhe do teto da capela do Santíssimo na Catedral de Sorocaba

Os astrônomos sabem dizer que a terra é como um grão de pó, no universo; em relação às relações inimagináveis do universo, sou menos que um grão de poeira.

Ante cada galáxias a terra desaparece.

O sol é mais importante que a terra; mas, mesmo assim, há sóis maiores que o nosso pequeno sol. Quem sou eu então, diante de Deus? O salmo 8 diz claramente: “Quem é o homem para dele vos lembrardes? Contudo Vós o colocastes um pouco abaixo dos anjos”,que sempre estão na presença de Deus e contemplam a Sua face.

Não vamos, pois, dar tanto valor a nós mesmos, mas agradecer a nossa presença diante de Deus. No Cânon da Missa repetimos: “Damo-Vos graças, por nos terdes tornados dignos de estar na Vossa Presença e de Vos servir.”

A própria presença de Deus nos gratifica. Quer dizer que vale muito mais o que Deus quer de nós, na abundância do Seu Amor, do que acusarmo-nos de nos sentirmos indignos, desprezíveis...

Somos amados pelo amadíssimo Filho do Seu eterno Amor. Reconhecer isto, já é oração. Portanto, não existe só oração em palavras; existe a oração que tem por base o amor.

Existe ainda uma outra oração que, se não consegue basear-se no amor,baseia-se na Presença: Estou presente meu Senhor! A minha presença é um sinal de amor. Permaneço na Vossa amabilíssima Presença, embora não saiba amar-Vos.

Amar a Deus é um serviço; mas se eu não consigo amá-Lo, deixo-me estar presente. Isto é uma grande humildade, uma humildade gloriosa, vamos dizer, uma humildade muito grata. Colocar-se com humildade na presença de Deus e confiar na presença dEle; não na minha eficiência, nas minhas impressões pessoais, ou então nos meus júbilos, como se fosse um êxtase.

Aqui percebemos, portanto, que somos profundamente dignificados, honrados, sublimados pelo próprio Deus, quando podemos estar diante dEle.


Extraído do livreto: Amor, Essência da Oração, de

                               Dom Bernardo Schuh O.S.B.
                               Monge do Mosteiro de São Bento
                               Rio de Janeiro- RJ


              

domingo, 27 de março de 2011

Quaresma em tempos pós-modernos

                                      


         Em tempos tão sofridos, um cristão não pode ter o comportamento da avestruz, que enterra a cabeça no chão, na esperança de fugir do perigo.
É preciso lançar mão de todos os recursos humanos, colocá-los nas mãos de Deus para que, sentindo-se inteiro e operante, poder gozar das bem-aventuranças por Ele prometidas.
          
           Comparar a própria vida com a vida de Jesus Cristo, verificar o quanto ela anda distante da sintonia com Ele. Fazer um esforço pessoal para estreitar os laços que intensificam a união com Ele; e, graças a essa doce união, tornar a vida mais significativa e eficaz. Sempre foi esse o sentido da penitência e da quaresma, tempo em que, até pouco tempo atrás, observávamos conscienciosamente a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, com muito mais respeito e amor do que quem lembra os feitos heróicos de uma pessoa querida.
         
        Mas hoje, meditar a esse respeito recebe um pejo de coisa desagradável, uma coisa quase politicamente incorreta, sem objetivo concreto. Parece que não faz mais sentido passar 40 dias prestando atenção na Paixão de Cristo, se sentido agredido violentamente por aquela verdade: Olhe o que seu Deus sofreu por você!
         
          Hoje vivemos num tempo em que o homem (Homo sapiens, que designa homem e mulher) é o centro de todas as atenções. Deus foi relativizado. Para alguns, ainda representa extrema relevância, por enquanto, mas o foco das instituições – até algumas religiosas – está no homem.         
        
             Parece-me muito oportuna a figura de Jean Paul Sartre, filósofo francês (1905 – 1980), que se notabilizou por célebres afirmações como:
         “- Não há confirmação de que Deus existe; portanto, Deus não existe efetivamente. E, se Deus não existe, tudo pode.”
         “- O homem é um ser condenado à liberdade, não há limites para a sua liberdade exceto que não possa deixar de ser livre.”
         “- O inferno são os outros; os que tentam colocar barreiras à nossa liberdade.”
         
           Apesar de, em certos momentos de sua obra o filósofo aluda à responsabilidade com que se deve usar da liberdade; essa parte dos seus ditos não faz tanto sucesso quanto as outras, “mais interessantes”.
         
          Diante dessas afirmações fico pensando, se não está aí a explicação para tantas notícias dolorosas que temos recebido pela mídia.
          
               Em um mundo em que o homem é o centro de tudo, tudo tem que estar voltado para os interesses desse novo deus. E esse novo deus é grandemente exigente. Quanto mais se sente importante, mais atenção reivindica. Mais necessidades tem. Mais sensível fica ao “descaso” dos outros. Mais carente se sente, porque sua visão de necessidades “básicas” está continuamente expandida pela imaginação hiperativa.
         
          Então, tudo se justifica: o novo deus pode tudo para saciar a suas carências que são cada vez maiores. Aos próprios olhos, será sempre uma vítima do mau juízo alheio, dos opressores que restringem sua liberdade. O novo deus pode tudo, inclusive cometer as maiores atrocidades.
         
             Acontece que o mundo em que Deus é relativizado, o homem, considerado seu centro, não vive sozinho nele. Esse mundo é habitado por uma grande população de deuses. Cada qual cada  vez mais déspota, mais absoluto. Cada um se sentido oprimido e ultrajado pelos deuses circunvizinhos ou distantes, que se recusam a se submeter à soberania dos seus sentimentos e opiniões. Então é a guerra. E é o que hoje vivemos. Uma guerra tão sangrenta que não há pacifista que consiga dar jeito. Seus efeitos são sentidos em todas as áreas do saber. Os ecologistas estão apavorados, não demora a vida no planeta se tornar inviável, como fica inviável viver numa casa em que loucos vivem a mercê de si mesmos, sofrendo os efeitos das loucuras uns dos outros.
         
         Ninguém melhor do que Sartre para definir o que significa o mundo sem Deus: “Não há propósito ou um sentido último inerente à vida humana; a vida é absurda”.
         
            Um mundo povoado por deuses déspotas pode ser uma definição de inferno, onde nem penitência nem quaresma podem fazer algum sentido. Esse tipo de “evolução” do mundo o conduziu direta e rapidamente ao inferno.
         
            Mas, existe um número cada vez maior de seres humanos que, usando a liberdade tão demonstrada por Sartre, escolheram acreditar e servir ao Deus Verdade.
         
           Aos olhos dos deuses que dominam o planeta são considerados escandalosos alienígenas, devido a algumas de suas atitudes totalmente adversas a tudo o que o eles classificam como bom.
         
         São seres estranhos, que se dizem pobres pecadores, capazes de cometer barbaridades e colocar a si mesmos e outros em perigo constante, se se afastarem da influência amorosa de seu Deus, uma vez que estão vivendo numa atmosfera inóspita para eles.
         
            Quando se sentem em perigo, ou padecem alguma dor, são “teletransportados” a um refúgio onde podem repousar, se restabelecer, e se tornarem mais fortes, para subsistirem à falta que sentem dos seus costumes e lutarem pelo seu direito de existir. Esse refúgio fica exatamente no Coração de seu Deus, que os ama com indizível carinho.
          
         Nesta quaresma eles estão oferecendo a Deus, como penitência, toda a dor e sofrimento que sentem, pelos muitos que querem esquecer os conceitos e significados dessas palavras (dor e sofrimento) distraindo suas atenções com idéias, manias ou vícios.  Eles esperam que Deus se compadeça dos que não querem saber dEle, e que, vivendo no inferno consideram Sua Paixão agressiva e violenta. 
        
          Tais seres, os católicos que evoluíram com a fé, cumprem fielmente a teoria de Sartre a respeito da liberdade. Só que vão mais além. Usam sua liberdade para atingir a plenitude da vida e da graça, numa amizade com o Todo Poderoso, o Criador, a própria Sabedoria, diante de Quem tudo é ordem, equilíbrio, estabilidade, conforto. Também pode se traduzido como Paz e Amor; e quem os tem não é livre para viver sem alegria.
        
               Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
        
                                                 giselle neves moreira de aguiar
                                                    http://www.obeija-flor.com.br/

terça-feira, 22 de março de 2011

Os 10 mandamentos, o acesso à felicidade


A vida do cristão verdadeiro  é naturalmente simples e a sua plenitude está ao alcance de qualquer pessoa que se proponha a cumprir os dez mandamentos:

1- Amar a Deus sobre todas as coisas – Inevitável para quem O conhece.

2- Não tomar seu Santo Nome em vão – Simples consequência do amor, se O amamos, nosso sentimento e pensamento se elevam ao mencioná-lO.

3- Guardar domingos e festas – É realmente uma festa, motivo de alegria, o fato de nos reunirmos, aos domingos e dias de festas, para repercutir e comemorarmos juntos a Presença de Deus entre nós.

4- Honrar pai e mãe- É impossível ao verdadeiro cristão não reverenciar aqueles, a partir dos quais Deus lhe deu a vida e mantém sua autoridade paterna por meio deles.

5- Não matar – Causa aversão ao cristão a simples menção de assassinato. Para ele a vida é uma manifestação da presença do Pai, cada pessoa é filha de Deus, alvo de todo o Seu Amor.

6- Não pecar contra a castidade- Um verdadeiro cristão tem consciência da própria dignidade e do alto nível do seu valor. Ele  associa o prazer físico ao enlevo da alma. Só prazer em si, é muito pouco para ele.

7- Não levantar falso testemunho. - Quem vive na Presença de Deus, vive na Verdade (“ Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”). A mentira soa sempre como absurdo aos ouvidos do verdadeiro cristão.

8- Não furtar – Jamais o cristão, que conhece a Deus Todo Poderoso como Pai, terá necessidade de roubar algo. É filho do Provedor da Vida no Universo, tem tudo o que precisa a tempo e a hora.

9- Não desejar a mulher do próximo – Para quem ama a Deus sobre todas as coisas, todos os outros amores se posicionam no seu lugar natural em relação ao amor a Deus. Assim, diferencia-se com muita facilidade o amor fraternal do amor conjugal, cuja intensidade, sedimentada sacramentalmente, é sempre crescente, enquanto vai se subdividindo (frutificando) em infinitas maneiras e motivos de manifestação do amor recíproco. Quem ama assim, jamais terá emoções mais intensas ou desejáveis.

10- Não cobiçar as coisas alheias – Quem tem a Deus por Pai não padece de nenhuma carência, nem material nem emocional. Tem sempre sobre si os olhos amorosos de Deus, cujo amor é proporcional ao próprio poder, pronto a ir além do que a vontade humana pode ser capaz de querer. Não há, portanto, razão para que se queira o que o outro tem, porque Deus, que me conhece melhor do que eu mesmo, me dará algo muito melhor, adequado a mim, um ser de identidade única. Assim pensa um cristão de verdade.

Na simplicidade deste decálogo estão contidas todas as informações necessárias para que, qualquer ser humano possa atingir a plenitude da vida, esteja ele classificado em qualquer das inúmeras probabilidades de ser, conferidas por todas as razões; basta que queira ser considerado filho de Deus. O próprio Deus é quem concede, pessoalmente, as condições e disposições para segui-los.

Uma comunidade feita de filhos de Deus atinge sempre altos graus de desenvolvimento porque sua base é o repeito e o amor, a Deus e às suas criaturas. Nestes dois amores, está incluída toda criação, inclusive o respeito que se deve aos animais e à toda natureza do planeta, primor da perfeição divina, para o uso e deleite de todas as gerações.



gisellenevesmoreiradeaguiar

quarta-feira, 16 de março de 2011

downloads

Faça downloads de lindas mensagens em PPS, para  enviar a seus (suas) amigos(as).
Neste tempo, recomendamos especialmente  uma  mensagem chamada Quaresma.

Basta clicar em; https://sites.google.com/site/revoadadosbeijaflores/downloads






Não deixe de visitar também : http://www.obeija-flor.com.br/,  para saber sobre santidade
em nosso tempo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Quadros verdes

Michel Quoist, por volta da metade do século XX

A escola é moderna
O diretor,muito ufano, uma por uma, vai me apontando todas as comodidades.
De todas as coisas a mais bela é, Senhor,o quadro verde.
Os cientistas estudaram longamente, fizeram experiências,
Agora já sabemos que o verde é a cor ideal,
não cansa a vista
pacifica, relaxa os nervos.


Pensei então, Senhor, que não tinhas esperado tanto tempo
para pintar de verde as campinas e o arvoredo.
Tuas salas de aula funcionaram muito bem e para não nos
cansar aperfeiçoaste uma porção de matizes para teus
prados modernos.

Assim os"achados" dos homens consistem em descobrir o que
pensaste desde toda a Eternidade.
Obrigado, Senhor, por seres o bom pai de família que deixa
a seus filhinhos a alegria de descobrirem eles próprios os
tesouros de tua inteligência e teu amor.
Mas livrai-nos de pensar que fomos nós que os inventamos
sozinhos. 

sábado, 12 de março de 2011

Cizânia religiosa: um ardil?

                                                             

           
       Tempo de Babel o que vivemos. Tempo de gente agredida em seus valores sagrados, gente da alma ferida que grita e chora de todas as maneiras, tentando transferir para o outro a dor traz dentro de si.
            
         Nosso tempo é cheio de diferenças de todos os outros tempos que a História nos conta. Hoje torna-se muito relevante o fato de estarmos todos, os seres humanos no mesmo recinto: o planeta Terra. As informações a respeito de todos os assuntos nos invadem a cada mínima fração de tempo.
            
       Vivemos em um planeta onde todos os estágios da evolução humana acontecem ao mesmo tempo. Quem quiser se dedicar à pesquisa, por meio de viagens, ou mesmo numa viagem pelo Google, encontrará pessoas vivendo à maneira de famílias mostradas no mundo dos quadrinhos e do desenho animado; umas ainda vivem  como  os Flintstones na idade da pedra, enquanto outras vivem como os Jetsons no mundo futurista, além de uma gama de exemplos intermediários.
            
          Respeitar o estágio de evolução de cada povo é a atitude que se espera dos que se consideram civilizados, assim como merece respeito o direito que cada povo tem de evoluir segundo no seu próprio ritmo.
           
        A História nos conta como tem sido árdua a evolução humana. Ao longo de milhares de anos nossos ancestrais viveram lutas e mais lutas sangrentas nas quais defendiam instintivamente as crenças e os valores de suas culturas. Defendiam o que tinham por sagrado.
           
          A evolução trouxe um novo tipo de crença que pretende ser anti-crença, ou seja, uma seita que considera os valores religiosos como fantasia, invenções da imaginação humana e que devem ser considerados como ignorância, como ópio do povo, algo alienante e risível.
            
         Esta mensagem tem sido passada continuamente pelos meios possíveis há centenas de anos, por pessoas consideradas intelectuais, pretendendo separar como incompatíveis a ciência e todos os tipos de fé.

   Estes “evoluídos” desacreditam na existência da vida espiritual. Para eles a vida espiritual não existe. Partindo do princípio da sua inexistência, não se cansam de desferir profundas ofensas aos assuntos considerados sagrados pelos religiosos. Comportam-se como macacos em loja de cristais, causando graves e profundos prejuízos a toda manifestação de fé, sem mesmo alcançar o seu significado.
           
Tal fato obrigou algumas pessoas religiosas a se encastelarem nas crenças de seus antepassados para defenderem seus valores das agressões morais dos que se consideravam civilizados e evoluídos.
            
      O encastelamento das crenças impediu a evolução dos costumes, ou seja, o desenvolvimento da prática religiosa, o aumento da interação com Deus pelo uso dos recursos modernos produzidos pela inteligência humana, criada por Deus.
           
         Pessoas religiosas tornando-se alvo de constantes deboches,  sentindo seus sagrados valores sob ameaças, canalizam suas energias para defende-los de inimigos muito diferentes dos quais estavam acostumados a lutar: pessoas humanas com conceitos claros do que seja respeito, honra e verdade.

Mas, esses novos inimigos, cheios de conhecimentos de assuntos irrelevantes para os possuidores de riquezas  imensuráveis às ferramentas materiais, são totalmente desprovidos do senso de respeito, honra, sagrado, verdade… Para eles tudo é relativo. Não consideram que os passos mais importantes para os saltos de progresso da raça humana foram dados por pessoas religiosas que professavam algum tipo fé.
           
        Esse inimigo comum a todas as religiões induz a uma posição tão radical de defesa de seus valores que as fazem digladiar entre si, quando deveriam se unir para se defenderem do novo, sutil e ardiloso e inimigo, que não é senão o mesmo enfrentado há gerações e gerações, incorporado das devidas modernidades do tempo atual.
           
      Não deveria, quem tem uma fé autêntica, ver quem professa outra, não como concorrente numa disputa por almas, mas como aliados numa guerra surda, calada, porém não menos suja, maligna e ameaçadora a todos os valores que ainda sonhamos serem seguidos pelas nossas futuras gerações, tais como respeito, honra e verdade?

 giselle neves moreira de aguiar

quarta-feira, 9 de março de 2011

Agressões ao ecossistema familiar: uma ameaça à vida na Terra

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                                              giselle neves moreira de aguiar
        
    Não acredito que possa haver alguém que não se interesse pelo assunto ecologia. É talvez um tema que contemple a unanimidade, todos concordam que o meio ambiente deva ser preservado, há discordâncias somente em como isso deva acontecer.

     Preciso ir um pouco além das preocupações apresentadas nos meios de comunicação nos quais observo somente interesse para com o meio ambiente físico, material. O foco das atenções varia de tempos em tempos, mas sempre está em um rio, numa área florestal, na falha de um sistema de tratamento de dejetos e até na flatulência do gado nos pastos.

      Meu intuito de ir mais além se dá pelo fato de que, embora procure, ainda não vi na mídia nenhum projeto de proteção ao meio ambiente familiar- religioso. Este anda à beira da falência, a ponto de ser maior ameaça à destruição da espécie humana do que os fenômenos da natureza material, e parece que as pessoas importantes ainda não se deram conta disso.

        Um aspecto da natureza humana é constantemente agredido pela ideologia dominante: a afetividade familiar humana, tal qual herdamos de nossos antepassados há inúmeras gerações e que é fortalecida no ambiente religioso. Ao longo de vários anos as pessoas têm sido submetidas a informações que visam desconstruir o conceito de família que está inscrito no DNA humano, quer os modernos teóricos gostem ou não.

        São eles, os teóricos modernos, hábeis usuários das palavras, que inventam novos termos e expressões para desmerecer, denegrir e vilipendiar os conceitos de fidelidade, respeito, confiança e amor incondicional entre pais, filhos e esposos e, sobretudo os valores religiosos e a crença no Criador. Acreditam tais “pensadores” serem detentores do poder de pontificar a respeito de como devem os pais se comportar em relação aos filhos, como se amassem mais as crianças e as conhecessem melhor do que seus próprios pais. 

       Agridem assim horrivelmente a natureza que dizem tanto querer proteger, tirando dos pais humanos o animalesco direito de cuidar da própria cria.
Há bastante tempo temos visto esse fenômeno invisível a olho nu espalhar seus efeitos devastadores na vida do planeta, mas tais fenômenos são claramente observados pelos que se recusam a deixar de fazer uso dos olhos da alma, que a ideologia dominante quer fazer acreditar que não existe.

        Como tem evoluído a vida do chamado homo sapiens no planeta Terra? Andam os indivíduos dessa espécie cada vez mais distantes do modus vivendi de seus ancestrais que, quase logo terem passado a viver de pé começaram a viver em família, em comunidades nas quais os papeis paterno e materno eram definidos de maneira instintiva e natural e que já elevavam os olhos da alma a algo a ser considerado como divindade.

       Temos visto há algum tempo uma maciça propaganda contra a instituição familiar, principalmente à que professa alguma fé. Tal propaganda é veiculada ininterruptamente desde a maneira mais agressiva até a mais dissimulada.

      A espécie humana vive há milênios em família, que agora os detentores dos poderes resolveram que ela deve ser desconstruída, não destruída. Segundo filósofos modernos a desconstrução é similar a uma dissecação na qual se separa as partes e depois as junta novamente, mas de maneira diferente. Por exemplo: se pegarmos uma boneca e desprendermos seus braços, suas pernas e sua cabeça, depois juntarmos novamente colocando no lugar da cabeça um braço, no lugar de uma perna a cabeça, da outra perna um braço e do outro braço uma perna. Querem que aceitemos a afirmação de que ainda se trata de uma boneca.

      Tencionam fazer a mesma coisa com que temos chamado de família há gerações, e têm conseguido. É fácil observar que tipo de seres humanos tem sido produzido sob o novo modelo familiar, basta observar os noticiários repletos de fatos indicadores de que a vida, tal como a conhecemos, no planeta Terra está mesmo condenada ao fim. Pelo menos a vida para o homo sapiens que evoluiu enquanto tinha preservado e respeitado o seu ecossistema natural, a família. Desde que esta instituição passou a sofrer todas as agressões a que tem sido submetida, por indivíduos da prória espécie, podemos dizer que espécie humana, sem Deus e sem família enlouquece a ponto de cometer suicídio.

       Mas enquanto há vida há esperança, principalmente para os que continuam tendo a alma alimentada pelo convívio com o Deus Altíssimo. Quem vai a Ele tem completamente saciadas a fome e a sede, da alma, e consequentemente do corpo. O Criador e Provedor da Vida é sempre um solícito, atento e amoroso pai para os que O desejam. E Ele pode saciar de tudo, até mesmo do amor de mãe. Ele não tem ciúmes da Mãe Santíssima que escolheu para Si. Permite e deseja que ela seja Mãe e que carregue no colo, com todo o seu amor, a cada um de nós. Nosso Deus tem mania de família!
                                      

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domingo, 6 de março de 2011

O sacerdócio dos fiéis leigos


 Por Dom Eduardo Benes Sales Rodrigues
Arcebispo Metropolitano de Sorocaba


Ensina-nos o concilio Vat. II: “Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido entre os homens ( cfr. Hebr. 5,1-5 ), fez do novo povo ‘um reino sacerdotal para seu Deus e Pai’. (Apoc. 1,6; e 5, 9-10 ). Na verdade, pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, são consagrados pra ser casa espiritual, sacerdócio santo, para que, por meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais e anunciem os louvores daqueles que das trevas os chamou  à sua admirável luz (cfr. 1Ped. 2, 4-10). Por isso todos os discípulos de Cristo, perseverando na oração e louvando a Deus (cfr. At.2, 42-47), ofereçam-se  a si mesmos como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus (cfr. Roma. 12,1), deem testemunho de Cristo em toda parte e àqueles que lha pedirem deem razão da esperança da vida eterna que neles habita (cfr. 1Ped.3,15)’’ (LG10).
O Bispo, os presbíteros e os diáconos existem para o serviço do povo de Deus.São consagrados pelo caráter do sacramento da ordem para como sinais de Cristo Cabeça, Esposo e Pastor da Igreja (in persona Cristi) garantir para o povo fiel a comunicação da palavra, o serviço dos sacramentos e a comunhão eclesial na caridade e no serviço aos pobres. Os fiéis leigos, consagrados pelo caráter batismal e crismal, são ungidos pelo Espírito Santo e, por Ele, especialmente fortalecidos e enriquecidos com seus dons, para santificar o mundo. Na Eucaristia oferecem as hóstias espirituais confeccionadas, pela força da caridade, na vida familiar e social onde gastam suas vidas servindo. Pelas mãos e palavras do presbítero se põe sobre o altar o sacrifício redentor de Jesus e, com seu oferecimento, feito uma vez por todas na cruz, e, agora, misteriosamente presente no meio da comunidade, sobe até o Pai as hóstias espirituais do povo fiel.
            É por isso que pode estar participando mais profundamente do oferecimento de Jesus a humilde viúva, quase desconhecida, recolhida em algum cantinho do templo, do que o próprio presidente da celebração que, se não estiver, na vida real, identificado com Cristo-Pastor, em nada estará contribuindo para o louvor de Deus e a salvação do mundo. A vida se gasta. Quando ele se gasta no amor a Deus, no dia a dia, às vezes em meio a intensos sofrimentos, outras vezes na alegria da boa convivência e do serviço ao próximo, ela, a vida concreta, torna-se hóstia espiritual agradável ao Pai e que será entregue, por Cristo, na Eucaristia a ser celebrada.
            O altar do sacrifício depois se torna a mesa da refeição sagrada em que o próprio Cristo é dado pelo Pai em alimento para que o fiel continue gastando sua vida no amor concreto aos irmãos. Assim cheios do Espírito Santo, os fiéis voltam para lida diária onde, de fato, se santificam e santificam o mundo. E eles realizam sua missão quando colocam em prática o ensinamento do Vat.II: “É necessário que os leigos assumam a renovação da ordem temporal com a sua função própria e nela operem de maneira direta e definida, guiados pela luz Evangelho e pela mente da Igreja,  e levados pela caridade cristã. Cooperem como cidadãos, com sua competência específica e responsabilidade própria.” ( AA, n.07). O congresso de leigos será um momento privilegiado de revalorização da missão dos fiéis leigos e leigas em nossa Igreja. Participe!


Publicado no jornal Terceiro Milênio de Sorocaba / SP. na edição  de março de 2011.Veja este artigo, e saiba mais sobre o Ano do leigo na Arquidiocese de Sorocaba em :

http://www.arquidiocesesorocaba.org.br/site/images/jornais/jornal_informativo_1aJG0g07Ot5Z.pdf . Onde poderá saber sobre o exemplo de santidade da leiga  Serva de Deus Ginetta Calliari.

          Para conhecer outro exemplo de santidade leiga, a Serva de Deus Floripes Dornelas de Jesus mais conhecida como Lola,também acontecido em tempo recente,tempo visite:

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Arte da Preservação

         Diante da reportagem do Jornal O estado de Minas no link:



                   Trazemos de volta o post:
           


                     A Arte da Preservação

             Postado no antigo O beija-flor em 26/04/2010

         Cada templo religioso constitui uma expressão artística da religiosidade de um povo em determinada época. Estudiosos de várias ciências encontram nos templos religiosos uma verdadeira biblioteca de informações ali encerradas, que vão desde os materiais empregados até como eram praticados e por que eram celebrados os ritos.
           
            Os mais antigos são de grande interesse dos arqueólogos que se submetem a trabalhos penosos e lentos para sentir a alegria de saber um pouco mais como viviam os antepassados de sua espécie.
           
            Desde que passou a existir como instituição, a Igreja Católica exerceu importantíssimo papel de mecenas. Sob suas asas, sempre foram abrigados os artistas de todas as artes ao longo dos dois últimos milênios. Seus templos se tornaram ricos e democráticos (ao alcance de quem queira apreciar) acervos culturais em cada lugar do planeta, onde arquitetos, artífices e artistas plásticos dão vida e valor a simples trabalhos braçais transformando-os em monumentos de arte, que encantam todos os tipos de observadores.
           
            Hoje vivemos em acelerada evolução, quando o tempo é cada vez menor entre uma realidade e outra, portanto construções consideráveis e esmeradas de pouco tempo atrás já se tornam ícones importantes para mostrar, como em câmera lenta, as várias etapas da evolução da arquitetura e das outras artes.
           
            É importante, não só para católicos, mas também para quem valoriza a arte, a conservação respeitosa dos templos religiosos, preservando o trabalho artístico da época em que cada um foi construído. É legado inestimável para que as futuras gerações possam avaliar e valorizar o esmero e gosto artístico com que foram concebidas e concretizadas as obras, em material forte o suficiente para atingir a geração mais longínqua possível. Obras feitas para se cultuar o Deus Altíssimo.
           
            Portanto merecem mais ainda louvor os que servem apenas de ponte entre as gerações, os que mantêm intactos e preservados os acervos artísticos dos templos para os povos dos novos tempos; e que o fazem, usando os mais modernos recursos da tecnologia, aumentando e atualizando o conforto dos que procuram Deus, sem, no entanto, interferir na obra arquitetônica e seus importantes detalhes.
           
            Ocorre agora um novo tipo de arte, a arte de preservar enquanto dá conforto. As gerações futuras haverão de reconhecer e agradecer os que caminharam antes deles no caminho da fé deixando pegadas de respeito pelo passado e pelo futuro.
           
             Maravilhosa é a civilização dos que constroem a vida em função de Deus, que é a própria perfeição, faz cada geração mais rica e mais próxima do Bem. É a prosperidade.

                                               Giselle Neves Moreira de Aguiar  -
                                                12 de março de 2010.


                                               http://www.obeija-flor.com.br/