segunda-feira, 30 de abril de 2012

Gramsci, lavagem cerebral e o aborto


Ivanaldo Santos
Filósofo  

O filósofo marxista Antonio Gramsci (1891-1937) foi uma das referências essenciais do pensamento da esquerda no século XX e um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Entre suas obras de maior relevância encontra-se Maquiavel, a política e o Estado moderno, um clássico do pensamento da esquerda no século XX. Em 1926 ele foi preso acusado de participar de atos subversivos contra o governo fascista. implantado na Itália, sua terra natal, e só foi libertado oito anos depois em 1934. Durante o período em que esteve preso Gramsci, como é mais conhecido, escreveu mais de 30 cadernos de história e análise sócio-cultural.  Estes cadernos ficaram conhecidos como Cadernos do Cárcere Cartas do Cárcere.   


Nos Cadernos do Cárcere, uma obra monumental que foi editada em seis volumes, Gramsci descreve como foi sua dura vida nas prisões do regime fascista na Itália. Entretanto, estes Cadernos tornaram-se famosos por outro motivo. O fato é que neles Gramsci desenvolve técnicas para que a esquerda pudesse conquistar o poder. Ele não abandona as tradicionais táticas de terrorismo empregadas pela esquerda, tais como: sequestro de empresários, assassinato de políticos e altos funcionários públicos e destruição do patrimônio público. Entretanto, ele introduz uma nova e sofisticada técnica para conquistar o poder. Essa técnica é a lavagem cerebral. 


Segundo ele, ao invés da esquerda lutar diretamente contra o Estado e a sociedade, ela deve procurar convencer as pessoas que sua ideologia está correta e é a única possibilidade da espécie humana atingir a prosperidade e a felicidade. Para tanto, deve apresentar suas ideias, por mais absurdas e desumanas que sejam, de forma atraente e procurar, sempre que possível, desqualificar as ideias dos oponentes. Ele recomenda que se use a técnica de modificar o sentido original das palavras. Dessa forma, algo que é ruim pode passar a ser bom e algo bom passar a ser visto como ruim. Essa técnica deve ser utiliza em toda a população, mas principalmente dentro das escolas e com o púbico jovem. Justamente o jovem que ainda está formando o seu caráter e conhecendo as normas e o funcionamento correto da vida social. Em outras palavras, o que Gramsci propõe, nos Cadernos do Cárcere, é que seja utilizada em ampla escala dentro da sociedade o processo de lavagem cerebral. Só assim o que antes era percebido como negativo, ruim, mau, pecaminoso e odioso, pode passar a ser percebido como positivo, bom, agradável e saudável.     


De acordo com o jornalista italiano Alex Sardenha, que escreveu um livro chamado Gramsci: uma biografia, “Gramsci promoveu o casamento das idéias de Marx com as de Maquiavel, considerando o Partido Comunista o novo "Príncipe", a quem o pensador florentino renascentista dava conselhos para tomar e permanecer no poder. Para Gramsci, mais ainda do que para Maquiavel, os fins justificam os meios e qualquer ato só pode ser julgado a partir de sua utilidade para a revolução comunista. Nesse sentido, certamente, Gramsci é um dos maiores teóricos do totalitarismo [do regime político autoritário] de todos os tempos”.


Como é público a esquerda totalitária e autoritária representada por Gramsci nunca conseguiu impor sua ideologia ao mundo. Essa ideologia é o regime socialista.  Entretanto, apesar do fracasso da ideologia do socialismo as ideias de Gramsci continuam obtendo adeptos em todo mundo. Na sociedade contemporânea a mídia é um desses adeptos. Constantemente ela utiliza as técnicas de lavagem cerebral desenvolvidas por Gramsci para conseguir vender produtos, ideias e serviços que, a princípio, a população considera ruim, de baixa qualidade e desnecessários.   


Outra corrente adepta das ideias de Gramsci é o movimento favorável ao aborto ou pró-aborto, ou seja, o movimento que defende que um feto, um bebê ainda no ventre da mãe seja assassinado.  


A ideia de assassinar um feto é terrível. Dificilmente um cidadão, gozando de suas plenas faculdades mentais, concordaria com ela. O mesmo se dá com a sociedade. Ela tende a rejeitar totalmente essa ideia.


Para tornar essa macabra ideia agradável e aceitável, tanto pelo cidadão como também pela sociedade, entre em cena, mais uma vez, as técnicas de lavagem cerebral de Gramsci.


O movimento favorável ao aborto ou pró-aborto se utiliza, basicamente, de duas grandes técnicas desenvolvidas por Gramsci. A primeira técnica é o esquecimento. Essa técnica se dá da seguinte forma: como esse movimento possui alta penetração na mídia, ele consegue lentamente retirar a imagem da gravidez e do feto de circulação. Nos diversos meios de comunicação como, por exemplo, TV, cinema, jornal e revistas, a imagem da gravidez e do feto está, cada vez mais, desaparecendo. É comum aparecer apenas indivíduos adultos. Se um extraterrestre chegasse ao planeta terra e tivesse contato apenas com a programação da mídia, pensaria que os seres humanos nascem todos adultos e que são gerados por árvores ou algum outro objeto. Este extraterrestre dificilmente pensaria que um ser humano nasce de outro ser humano e que, antes de nascer, leva nove meses para crescer no ventre de sua mãe.


Atualmente, existe em curso um grande processo que tem por objetivo fazer a população esquecer que existe a gravidez e o feto, ou seja, o bebê no ventre da mãe. A gravidez e o feto estão deixando de ser algo natural, para se transformar em algo estranho e desconhecido pelas pessoas.


A segunda técnica utilizada é procurar modificar o sentido original das palavras.  Uma palavra que antes tinha um sentido positivo, após passar pela técnica de lavagem cerebral torna-se negativa e ruim. Para tanto, utiliza-se do procedimento de substituição de palavras. Uma palavra “X” passa a ser substituída por outra “Y”. O movimento favorável ao aborto ou pró-aborto se utiliza largamente dessa técnica.
                                                                               continue lendo

sábado, 28 de abril de 2012

Oração composta por Santo Agostinho


Oração utilíssima e de prodigiosa eficácia composta por Santo Agostinho

 Esta oração, composta por Santo Agostinho, que viveu entre 354 e 430, 
nos parece  atualíssima, e  mostra como a vida dos amam a Deus é
feita do mesmo pensamento e dotada dos mesmos sentimentos,
não importando o tempo em que acontecem e nem
 conhecimento cognitivo de que se possa dispor.


Amabilíssimo Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus, que do seio do Pai onipotente foste mandado ao mundo para absolver pecados, remir aflitos, soltar encarcerados, congregar vagabundos, conduzir para sua pátria os peregrinos,
compadecer-vos dos verdadeiramente arrependidos, consolar os oprimidos 
e atribulados; dignai-vos de absolver e livrar a mim ( o nome da pessoa
que tiver a oração), criatura vossa, da aflição e tribulação em que me vejo, porque vós recebestes de Deus Pai Todo Poderoso o gênero humano para o comprardes;
e feito homem prodigiosamente nos comprastes o Paraíso com o vosso precioso sangue, estabelecendo uma inteira paz entre os anjos e os homens.
           
Assim, pois, dignai-vos Senhor, de introduzir e confirmar uma perfeita concórdia entre mim e meus inimigos, e fazer que sobre mim resplandeça vossa paz, vossa graça e misericórdia; mitigando e extinguindo todo ódio e furor que contra mim tiverem os meus adversários, como praticastes Esaú tirando-lhe toda a aversão que tinha contra seu irmão Jacob.
           
Estendei, Senhor Jesus Cristo, sobre mim (nome), criatura vossa, o vosso braço e a vossa graça, e dignai-vos  de livrar-me de todos os que me têm ódio, como livrastes a Abraão das mãos dos caldeus; a seu filho Isaac da consumação do sacrifício; 
a José, da tirania de seus irmãos, a Noé , do dilúvio universal; 
a Ló do incêndio de Sodoma; a Moisés e Aarão , vossos servos, e ao povo de Israel, do poder do faraó e da escravidão do Egito; 
Davi das mãos de Saul e do gigante Golias; 
a Suzana do crime e testemunho falso; 
a Judith, do soberbo e impuro Holofernes; 
a Daniel da cova dos leões; 
aos três mancebos Sidraque, Misaque e Abdenego, da fornalha de fogo ardente; 
a Jonas do ventre da baleia; 
a filha da cananéia da  vexação do demônio; 
a Adão da pena do inferno;
a Pedro das ondas do mar; 
e a Paulo das prisões do cárcere.

Oh, pois, amabilíssimo Senhor Jesus Cristo, filho de Deus vivo, atendei também a mim (nome), criatura vossa, e vinde com presteza em meu socorro, pela vossa encarnação, pelo vosso nascimento, pela fome, pela sede, pelo frio, pelo calor; 
pelos trabalhos e aflições ; 
pelas salivas e bofetadas; 
açoites e coroade espinhos; 
pelos cravos, fel e vinagre; 
e pela cruel morte que padecestes; 
pela lança que transpassou vosso peito e pelas sete
palavras que  na cruz dissestes, em primeiro lugar a Deus Pai
Onipotente: 
- Perdoai-lhes, Senhor, que não sabem o que fazem.
Depois ao bom ladrão que estava convosco crucificado:
 - Digo-te na verdade que hoje estarás comigo no Paraíso.
 Depois ao mesmo Pai: - Eli, Eli, Lamá Sabactani, que vem a dizer :
- Deus meus, Deus meu, por que me desamparastes?
Depois a vossa Mãe: - Mulher, eis aí o teu filho. Depois ao discípulo:
- Eis aí a tua Mãe, mostrando que cuidáveis de vossos amigos.
Depois dissestes: - Tenho sede, porque desejáveis a nossa salvação
e das almas santas, que estavam no limbo. Dissestes depois a vosso Pai:
-Nas vossas mãos  encomendo o meu espírito. E por último
exclamastes, dizendo: - Está consumado, porque estavam concluídos
todos os vossos trabalhos e dores.
           
Rogo-vos, pois, por todas estas coisas, e pela vossa descida
ao limbo, pela vossa ressurreição gloriosa, pelas frequentes
consolações  que destes aos vossos discípulos, pela vossa admirável
ascensão, pela vinda do Espírito Santo, pelo tremendo dia
do juízo! 

Como também por todos os benefícios que tenho
recebido de vossa bondade ( porque vós me criastes do
nada, vós, me redimistes, vós me concedestes a vossa
santa fé, vós me fortalecestes contra as tentações do demônio, e
me prometestes ávida eterna); por tudo isto, meu Redentor, meu
Senhor Jesus Cristo, humildemente vos peço  que agora e sempre
me defendais do maligno adversário e de todo o perigo para
que depois da presente vida mereça gozar na eterna bem-aventurança
a vossa divina Presença.
           
Sim, meu Deus e meu Senhor, compadecei-vos de mim,
miserável criatura, em todos os dias da minha vida. Ó Deus de Abraão,
Deus de Isaac e Deus de Jacob, compadecei-vos de mim (o nome),
criatura vossa e mandai para meu socorro o vosso santo Miguel Arcanjo,
que me guarde e me defenda de todos os meus inimigos carnais e
espirituais, visíveis e invisíveis.
           
E vós Miguel Santo, Arcanjo de Cristo, defendei-me na última
batalha, para que não pereça no tremendo juízo. Arcanjo de Cristo,
Miguel Santo, rogo-vos pela graça que merecestes, e por nosso
Senhor Jesus Cristo, que me livreis de todo mal, e do último perigo,
na última hora da morte. São Miguel, São Gabriel e São Rafael, e todos
os outros Anjos e Arcanjos de Deus, socorrei esta miserável criatura:
 Rogo-vos humildemente que me presteis o vosso auxílio, para
que nenhum inimigo me possa causar dano, tanto no caminho,
como em casa, assim na água como no fogo, ou velando ou
dormindo, ou falando ou calando; tanto na vida como na morte.
           
Eis a Cruz † do Senhor; fugi, adversos inimigos. Venceu o leão
da tribo de Judá, descendente de Davi, Aleluia.
           
Salvador do mundo, salvai-me. Salvador do mundo, ajudai-me.
Vós que pelo vosso sangue e pela vossa Cruz , me remistes, 
salvai-me e defendei-me hoje e  em todo o tempo.

Agios o Theos † Agios  Ischiros † Agios Athanatos † Eleison Imas
Deus Santo † Deus Forte, † Deus Imortal,† tende misericórdia de nós.

Cruz  de Cristo † salvai-me,  Cruz de Cristo † protegei-me, Cruz de
Cristo † defendei-me.
Em nome do Pai † do Filho † e do Espírito Santo † 
- Amém.

Esta oração foi encontrada, em uma folha amarelecida, entre as orações 
de minha mãe, falecida em 2004 com 92 anos.





sexta-feira, 27 de abril de 2012

Santa Zita, na história de Rio Pomba




Hoje, 27/04,  é dia de Santa Zita, que para os católicos de Rio Pomba,
MG,  é uma santa muito querida.
 

Gerações de rio-pombenses cresceram festejando esta  santa,
cuja imagem, a de uma linda moça com o avental cheio de flores
ficava à direita de quem estava diante do altar-mor.
 

Os adultos nos diziam que ela fora empregada doméstica.
Trabalhara em casa de ricos patrões que não eram cristãos; ela,
no entanto, praticava continuamente  os ensinamentos da nossa
fé, principalmente a caridade.
 

A tradição diz que, por sentir muita compaixão, doava as sobras de
comida da casa aos pobres da cidade; e que, certa vez, fora surpreendida
pelo patrão saindo de casa com o avental cheio de alimentos para os
 pobres. Ao ser questionada sobre o que trazia no avental disse que
eram  flores. O patrão então ordenou que mostrasse as flores, cuja
existência era impossível, pois estavam  em pleno  rigoroso inverno
europeu. A moça então abriu o avental que se mostrou cheio lindas e 
frescas flores.

. 








Com sua natural humildade e na  simplicidade do amor a Deus, Zita

foi o instrumento da conversão de toda a família ao Deus  que eles
sentiram tão bondoso e compassivo por meio das atitudes da
empregada.
 

Por isso Santa Zita é a padroeira das empregadas domésticas.
 

As empregadas e patroas de Rio Pomba eram (ainda são) devotas
de Santa Zita. As empregadas devotas tinham sempre boas patroas
e as patroas devotas sempre boas empregadas.
Quem precisasse de emprego pedia a  Deus, por intercessão de
Santa Zita e encontrava uma casa em que se sentisse confortavelmente
acolhida, um bom emprego; quem precisasse de empregada pedia a
intercessão de Santa Zita e recebia uma amiga como colaboradora.
 

Em Rio Pomba existia (e ainda existe) patroas e empregadas que
eram  verdadeiras amigas; talvez mais que amigas, tinham entre si
um parentesco espiritual que as unia pelo pensamento e afeição,
 desfrutavam da unidade no amor a Deus,  de um mesmo olhar cristão
sobre tudo:
 

O interesse pelo bem-estar da família, o progresso de todos, a
preocupação com a educação das crianças, primeiro os filhos,
depois os netos. Nesta parte a empregada muitas vezes era mais
marcante, porque continuava em casa o apostolado da catequese
que exercia na paróquia.Cultivava o amor de Deus nos pequenos
corações regando-os com um amor tão sincero que fazia o adjetivo
incondicional ser absurdamente desnecessário.
  

Eram cúmplices, algumas patroas e empregadas de segredos na
confecção de quitutes, verdadeiras obras de arte, que eram vendidas
para festas  e ocasiões especiais.
 

Muito comum e natural em Rio Pomba era ver todas as manhãs,
 pares de empregadas e patroas, voltando da  missa matinal,
distribuindo bons-dias aos estudantes e especialmente às crianças,
que iam para a escola, o faziam  com expressões de tão confiável
bondade que infundia grande  conforto às almas  jovens e infantis.
 

À Santa Zita precisamos agradecer à bondade distribuída às suas
devotas, de ontem e de hoje,  que traziam, e trazem, nas suas fitas
azul-marinho o distintivo das virtudes forjadas no amor e na verdade,
que fazem a diferença. São essas mulheres que constroem o mundo.

A minha geração recebeu tal  herança imaterial. Cabe-nos agora,pela graça de Deus, vinda por sua  intercessão, traduzir essa linguagem oculta para os habitantes do nosso tempo.

 Que Santa Zita, no seu dia de festa, derrame sobre nós também, o
dom da  verdadeira caridade, a que produz os benefícios invisíveis que
constituem a estrutura de um ser humano forte e digno, simples e bondoso.
  

As devotas de hoje, logo mais estarão cantando, cheias de santo orgulho, o
hino de Santa Zita, do qual só me lembro da estrofe:

 Ó Santa Zita se formos fiéis

Em abraçar contigo a Santa Cruz

Então iremos abraçar no céu

Eternamente a Glória de Jesus...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Oração por pessoas “difíceis” – composta por Sta. Teresa de Ávila






Ó, que coisa difícil vos peço, meu Deus verdadeiro:

 Que queirais a quem não vos quer,
Que abrais a porta a quem não vos chama,

 Que deis saúde a quem gosta de estar doente e
    anda procurando a doença!

Vós dizeis, meu Senhor, que vindes chamar os pecadores: são estes os pecadores verdadeiros. 

Não olheis a nossa cegueira Senhor meu Deus,
     mas o muito sangue que Vosso Filho derramou por nós.
 Resplandeça a Vossa misericórdia no meio de tão grande maldade.
 Considerai Senhor, que somos obras de vossas mãos.
                                                        

-Livro da vida, exclamações, 8 -


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segunda-feira, 23 de abril de 2012

70anos de sacerdócio em santa atividade



Com muita alegria partilhamos a publicação no Zenit de uma matéria sobre o Cônego Francisco Lyrio de Almeida, o nosso querido padre Lyrio, que celebra a Santa Missa  que temos a felicidade de assistir diariamente.


 ( ZENIT é uma agência de notícias internacional sem fins lucrativos integrada por uma equipe de profissionais e voluntários convencidos da extraordinária riqueza da mensagem da Igreja Católica, em particular de sua Doutrina Social, como luz para compreender a atualidade.) 
Sexta-feira, 20 de Abril de 2012 19:29
70 anos de Sacerdócio e 95 de Vida
Testemunho de fidelidade sacerdotal
SOROCABA, sexta-feira, 20 de abril de 2012 (ZENIT.org) – O Diario de Sorocaba, jornal da cidade de Sorocaba (SP), enviou para publicação no ZENIT uma matéria publicada no seu jornal dia 15 de Abril, com o título “Humildade, obediência e fidelidade”, onde exalta a virtude de um sacerdote da diocese que está cumprindo 95 anos de vida e 70 anos de sacerdócio, Pe. Francisco Lyrio de Almeida.
Publicamos a matéria a seguir:


Humildade, obediência, fidelidade:
Algumas das virtudes de Pe. Lyrio
Ele é simples, puro, discreto, porém decidido, sabedor da meta que deve atingir. Para isso dedicou toda a sua vida, 95 anos - irá completá-los em 25 deste mês. Percebe-se que Pe. Francisco Lyrio de Almeida, ou pela pureza e beleza da flor, simplesmente, Lyrio, descartou as coisas da Terra para abraçar as do Céu; as honrarias e recompensas terrenas pelas celestes.

Com essa escolha, desde os seus 12 anos quando entrou no Seminário em Botucatu, segue na vida as pegadas do seu Divino Mestre, o Cristo. Sabe o que quer e, principalmente, o que deve enfrentar até a hora de receber o galardão no Céu para, enfim, conseguir o seu maior objetivo, a Evangelização. Sua grandeza e valor estão no escondimento, no desaparecer no momento da louvação.

Mas sabe que "O amor, às vezes, fere de mansinho, / Mas não magoa, pois é quase impossível / Querer ofertar rosas sem espinho"; isso escreverá um dia e publicará, pois "palavras confiantes e sorrisos generosos de pessoas amigas orvalharam o meu coração; hoje, ele respinga 'Gotas de uma Vida'" (título da obra onde publica belíssimos sonetos a pedido de amigos e admiradores, em 2002). Fiel à Doutrina da Igreja Católica, Apostólica, Romana, nela repousará o conteúdo de suas aplaudidas aulas e homilias, já que vive aquilo que prega e prega aquilo que vive.

Seguem na mesma linha, como exemplo de zeloso apóstolo de Cristo, suas variadas obras, algumas das quais servindo como leitura diária, isto é, "livro de cabeceira". Assim é "Minha Conversa com Deus", publicado em 2003, para levar as pessoas à prática das virtudes e ao conhecimento dos tesouros da Santa Igreja para a salvação da humanidade. Em 2001, vem a lume importante opúsculo, "A Liturgia como exercício comum dos fiéis", publicado pela Editora Digipel e em segunda edição, pela Uniso (Universidade de Sorocaba). Para padres e leigos que precisam organizar uma paróquia, escreveu "A Minha Paróquia" em 2005. A sua mais recente obra, à espera de publicação, aborda toda a Doutrina da Igreja.

Sempre com seu desejo de colaborar na formação cristã para trazer paz, alegria e felicidade, Pe. Lyrio não descansa das coisas de Deus. Celebra a Santa Missa todos os dias, às 8h30, na Capela de Santa Cruz, e aos domingos, às 8 horas, na Paróquia Nossa Senhora da Ponte (Catedral Metropolitana).

Este branco lírio é uma luz a brilhar sob céu, às vezes, escuro, destes tempos paganizados e secularizados que a Santa Igreja enfrenta. Assim, porém, deverá prosseguir, já que declara: "Velhice, vela de luzes purpurinas, / Tens rugas pela cera derramada, / Consomes-te, sim, mas ainda iluminas". E por muitos anos ainda, fazendo a vontade de Deus, seguirá iluminando a cegueira de tantos filhos desta mesma Igreja, da qual é zeloso defensor e guardião.

Agora, seus dedicados filhos fiéis preparam-lhe homenagem merecida pelos 70 anos de Sacerdócio, que irá comemorar no dia 3 de maio próximo. Para tanto, os mais de 70 padres da Arquidiocese de Sorocaba (SP) participarão de Santa Missa de Ação de Graças, que será presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues.
Diario de Sorocaba (SP)

domingo, 15 de abril de 2012

Misericórdia e seus efeitos



Oração para momentos de grande sofrimento
           
            Extraída do livro: Hora Santa,
Autor: Pe. Mateu Crawley- Boevey SS.CC.
  Edição de  Lola, Floripes Dornelas de Jesus (Serva de Deus)


Divino Agonizante de Getsêmani, Jesus sacramentado: 
dignai-vos unir vosso sangue precioso e os vossos sofrimentos 
às aflições destes filhos de vosso entristecido Coração; dignai-
vos aceitar, abençoar, aliviar as nossas cruzes!...
Tirai dela uma glória, uma glória imensa para Vós e 
para a redenção de muitas almas pervertidas pelos prazeres da terra.
           
Ah! Chamai e amai com ternura especial aqueles que ninguém ama; 
curai as feridas abertas pela indiferença de filhos ingratos e amigos desleais!
 Vós que conheceis a origem de nossas lágrimas, santificai-as pela virtude 
milagrosa de vossa Cruz. . .
          
  Prisioneiro divino do altar, visitai com um raio da vossa luz, 
os aflitos, os amargurados pelos prazeres  perversos. 
Abrigai os abandonados... dai-nos a todos a ciência de  sofrer com paz 
e com fé e concedei-nos o dom bendito de saber consolar. 

Comunicai às nossas dores uma força divina, irresistível, que leve nosso 
coração ferido até ao fundo do vosso Coração Sagrado.
 Neste abismo de todas as virtudes é que queremos viver, sofrer por 
vossa causa e por vosso amor.
           
 Sede o Rei do mundo, Vós, Homem-Deus, Homem das dores. 
Dominai-o e triunfai cicatrizando as chagas que ele abre  com 
sua violência e malícia.
            
Mestre amantíssimo, bondade inefável Jesus, Deus de tantas 
lágrimas e de toda a consolação, vinde ter conosco quando sofremos; 
apressai-vos, porque  as dores perseguem-nos, e é grande o sofrimento 
de quem chora longe de Vós!...
            
Não recusamos Senhor, a via dolorosa, nem as desolações do deserto, 
mas reclamamos a vossa presença adorável, o olhar de vossa vista divina, 
a bênção de vossa mão ensanguentada.
            
Não vos pedimos que nos envieis um anjo que nos sustenha nas 
nossas horas de agonia.
Chamamos mas é por vós, só por vós, porque temos o direito 
sagrado de Vos pedir que choreis conosco, unindo vossas lágrimas 
às nossas...


            
Dai-nos a paz na tribulação, dai-nos a força, e, se quiserdes, 
concedei-nos um conforto no cálice do vosso Coração agonizante!

Pela vossa e pelas nossas cruzes, venha a nós o vosso Reino!


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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mascarados comemorando


O jornal O Estado de São Paulo  de hoje, 13/04/2012 publicou na 
sua capa a fotografia de manifestante de grupo feminista comemorando, 
mascarada, a vitória obtida por esses grupos no Supremo Tribunal Federal
que descriminalizou o aborto de anencéfalos.
Lembrei-me de outras fotos de comemorações nas quais as pessoas não 
mostram seus rostos. São as de terroristas, cujas "vitórias" foram obtidas 
por meio de crimes contra pessoas inocentes...



segunda-feira, 9 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Viver somente da Eucaristia



Em 1956 foi publicado um dos primeiros artigos sobre a nossa querida Lola.

 Foi no  livro: A “Graça” que Frutifica – Contos e Narrativas – 
de autoria do Pe. Fernando Pedreira de Castro, S.J.,publicado  pela Editora Vozes, Petrópolis, RJ., em 1956, com Nihil Osbtat do Pe. J. B. Rocha, S. J. - Provincial da Companhia de Jesus no Brasil Central - em Nova Friburgo, 22 de maio de 1955.

 Na pagina 163 existe uma crônica chamada Outra Neumann, brasileira .
 Nela, a Serva de Deus, Floripes Dornelas de Jesus, a nossa Lola é comparada à Teresa Newman uma mística alemã, estigmatizada, falecida em 1962 , que teria vivido  39 anos se alimentando somente da Sagrada Eucaristia.

Como sabemos, Lola, viveu cerca de 60 anos somente da Eucaristia, sem tomar nenhum tipo de alimento, nem beber água ou qualquer líquido, sem dormir e sem nenhuma outra necessidade fisiológica.

         Eis a crônica, como escrita em 1956:














Outra Neumann, Brasileira


        Vive em Minas, ou vivia por 1953, a uma légua da cidade do Pomba, não muito distante de Juiz de Fora e já na diocese de Mariana, uma pessoa que só pensa em Deus e que Ele se compraz em dotar de graças incomuns.        

        É uma moça de seus 28 anos, chamada geralmente Loula, mas cujo registro batismal é Floripes Dorneles. Família muito honesta, modesta, de gente ativa que possui a sua casa rural e alguma terra.        Criança ainda, despencou-se a menina Loula de uma árvore, quebrando uma das pernas. Foi-se assim arrastando, durante anos, sem especial tratamento, sempre alegre e conformada.        

       Mas, com a idade aumentaram as dores e a dificuldade em mover-se, até que se viu constrangida à quase imobilidade numa cama. Não pode estar assentada nem deitada, mas recostada, sem mudar de posição.Já se encontra assim há mais de cinco anos, com dores incessantes pelo corpo e na cabeça, não parecendo dar importância a fatos extraordinários que ela e em torno dela se passam de contínuo.        São, no entanto, eventos naturalmente inexplicáveis, por vezes de uma poesia emocionante.

        Há mais de cinco anos não come e não bebe absolutamente nada, a não ser a sagrada comunhão. Obrigou-a o médico a tomar um pouco d’água de uma colher, ela porém viu-se obrigada a expeli-la, pois não a pôde engolir.         

           O vigário, P. Galo, homem piedoso, instruído e distinto, leva-lhe a comunhão quase diàriamente, mas quando pode e quando encontra condução, por vezes ao meio dia ou à tarde, pois a igreja fica longe e a comungante está sempre em jejum.        

           Asseguram os circunstantes que se dá então o seguinte fato: ainda que o sacerdote chegue inopinadamente, e não haja meio de prever o momento, a doente o sabe, e minutos antes ajeita melhor as cobertas, põe o véu, recomenda que preparem tudo.

                 Qual é o sinal que lhe indica a aproximação da Hóstia Consagrada? Um beija-flor, asseguram quantos conhecem melhor o ambiente, e que já se não admiram pela continuidade do fato: Penetra a avezinha pela janela ou pela porta, sempre abertas, esvoaçando em torno do crucifixo dependurado na parede, e beijando-lhe as chagas como se fossem flores.       

         A humildade, a simplicidade, a candura da enferma são admiráveis. Acha tão natural o que lhe sucede, fala candidamente aos raros visitantes, revela o futuro, promete rezar por todos, por intenções particulares. Não se arroga, contudo, a menor autoridade ou importância, não distribui bênçãos nem medalhas.

De semblante naturalmente sem atrativos, dentes falhos, traços comuns, sem nenhum sinal de vaidade, transforma-se ingênuamente quando fala de Deus, dando a impressão do sobrenatural.        

            Os irmãos, pois os pais são falecidos, tratam-na com afeto, mas sem nenhum especial indício de veneração. São pessoas simples e trabalhadoras, nem jamais lhes passou pela idéia tirar proveito material da situação. Bons cristãos, como são, obedecem cegamente ao sacerdote, não permitindo visita alguma de desconhecidos sem licença escrita do seu vigário.        

           No entanto transcorrem os anos, e aquela alma ali fica risonha, a sofrer e a rezar. Nada lhe importa na terra senão a caridade, o bem do próximo, a santificação das almas, o amor de Deus.         O amor de Deus é o que a conforta, sustenta e alegra. Passa os dias a pensar na bondade e grandeza, no amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus e nosso Irmão. Passa os dias e, como nunca dorme, passa também as noites a entreter-se com Deus.        

          Não é verdade que Deus tem os seus caminhos e as suas almas prediletas? Não é verdade que essas almas Deus as aproxima da cruz? Não é verdade que elas impedem a justiça divina de esmagar o mundo corrompido?        No seu coração reina Cristo-Rei. Com as suas preces e sofrimentos ela arrasta outras almas a Cristo...        

         Mas será tudo isso exato? Não haverá engano das testemunhas? – Não está de certo no Evangelho, não é de fé. Só a Igreja, após longos exames, como é seu costume, poderá falar com autoridade sobre estes fatos. Se Deus a inspirar. E enquanto vivemos podemos pecar. No entanto encontramos na história da Igreja fenômenos semelhantes ou análogos plenamente comprovados.        

         Ora, o amor divino não abandonou a terra nem os homens.O que aí referimos, tão extraordinário embora e edificante, nos foi narrado por sacerdotes profundamente cultos e dignos, testemunhas de vista...        

        Além de ofertar a seu Pai mais uma vítima de propiciação pelo Brasil e pelo mundo, terá Cristo-Rei outros fins mais particulares, ao cumular de graças tão raras aquela moça humilde do sertão brasileiro? 

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... E nós, o povo de Rio Pomba, MG, Brasil, podemos testemunhar que, de 1953 até a sua morte em 1999, Lola viveu mais 46 anos nas mesmas circunstâncias...
(o beija-flor da fotografia é uma licença poética)

A Serva de Deus Floripes Dornelas de Jesus, a Lola , já nos seus últimos anos