No dia quatro de agosto, a Igreja celebra a memória de São João Maria Vianney, o Cura d'Ars, que viveu de 1786 a 1859. Ele foi um padre francês a quem custou muito ser ordenado sacerdote. Era visivelmente limitado intelectualmente e e quase não pôde receber as notas mínimas em filosofia, teologia, latim e grego necessárias para receber o sacramento da Ordem.
Conseguiu à base muito esforço pessoal, da benevolência de seus professores e superiores mas, sobretudo, do poder emanado de Deus pelas mãos de Nossa Senhora, do qual era muito devoto e a quem pedia a graça de ser sacerdote.
Quando o conseguiu, foi enviado para o lugarejo chamado Ars, no qual duas ou três velhinhas perfaziam o total dos frequentadores das missas.
Começou ali a exercer o seu ofício de sacerdote com naturalidade e a alegria de ter conseguido ser o que queria, segundo os critérios da sua fé. Com o tempo as pessoas foram aproximando-se, cada vez em maior número, até que chegou o dia em que vinham de todos os cantos do país. Diziam ele que convertera meia França ao catolicismo.
Sua popularidade chegou à Sorbonne, importante universidade de Paris, de onde saiu um professor para entrevistá-lo, com o objetivo de fazer um estudo sobre a grande capacidade de comunicação daquele homem tão rústico.
Diante de tantas perguntas do professor que queria colocar em termos pragmáticos os mistérios da fé católica, o padre respondeu com toda a simplicidade:
– “Não posso explicar-lhe, o senhor é ignorante”.
E o professor disse, indignado:
– “Como posso ser ignorante se sou professor da Sorbonne?”
Ao que o padre respondeu:
– “O senhor pode ser professor em muitos assuntos, mas não conhece nada de Jesus Cristo, sua doutrina e sua Igreja. Se quiser, posso lhe ensinar o catecismo”.
Existem saberes e saberes...