domingo, 26 de março de 2017

Floripes e a santidade (tentando explicar )


 Sobre a Serva de Deus Floripes Dornelas de Jesus, a Lola





É muito agradável ponderar e analisar a vida a partir da visão que nos dá a fé cristalina, incluída no pacote de virtudes que recebemos por ocasião do nosso batismo.
            
Mas hoje prestamos imensa atenção nos direitos, principalmente no direito dos pobres, dos excluídos, dos marginalizados. Contudo isso, não observamos que nós todos temos nos transformado, cada vez mais, em reféns da subjetividade daqueles que elegemos como celebridades. Somos uma reividincação ambulante das necessidades que outros nos mandam exigir, portanto, carentes de carteirinha. Temos sido treinados para isso há anos!
                 
Parar um pouco, respirar fundo e cadenciadamente não nos fará mal algum, principalmente no domingo, o dia que Deus nos pediu o tempo, a disponibilidade, e principalmente, a atenção.
                  
Se dermos a Deus a devida atenção, poderemos notar Seu olhar compreensivo, amoroso, capaz de fazer vibrar até aquela última fibra do nosso coração, aquela que já julgávamos inerte e totalmente abafada. Ele é a vida.
              
E, à luz dos olhos de Deus, podemos observar a Sua Presença em todas as situações da nossa vida. Principalmente naquelas em o nosso ego começou a expandir, a ponto de não mais percebermos a Sua Presença perfeita junto de nós. Perfeita porque não é arrogante, não se impõe. Guarda um profundo respeito por Si Mesmo e pela sua criatura, tão amada, tão próxima e tão distante. Poderia impor a sua Presença, infinitamente mais forte e poderosa, fazer-Se observar, mas não o faz; a Sua essência, o amor, O obriga a respeitar.
          
A perfeição todo-poderosa está sempre à espreita da atenção de Sua criatura. Fez e faz tudo o que está ao Seu alcance, dentro dos limites do amoroso respeito. Até mesmo se tornar pão, ser alimento, e ficar disponível, no tabernáculo, à espera daqueles que estejam dispostos a Lhe dar atenção, reconhecer Seus atributos e pedir Sua ajuda.
          
Ah! Como Ele gosta de ajudar! O tempo de hoje nos leva a considerar estorvo as manifestações de carinho, porque aprendemos que grande parte delas são falsas, são apenas instrumentos dos que tencionam nos manipular e,  de tanto conviver com seres humanos carentes e falhos, nos esquecemos do convívio com o Deus perfeito. Humanizamos Deus e nos afastamos dele com medo que nos devore, e divinizamos os seres humanos e lhes prestamos culto como a um deus.
          
Um relacionamento consciente e maduro com Deus é o que podemos chamar de santidade. Podemos observar claramente isso na vida da Serva de Deus Floripes Dornelas de Jesus, a Lola. A vida na Presença de Deus faz o ser humano atingir os níveis mais altos das suas potencialidades, como um violino Stradivarus nas mãos de um virtuose.
             
Na presença divina, a memória, a inteligência e a vontade estão harmonicamente satisfeitas e aptas a exercer facilmente o discernimento.  A pessoa então atribui o devido valor e importância a cada criatura e aos fatos relacionados com elas segundo o Coração do Deus amoroso que aprendeu, com o convívio a conhecer. A vida torna-se simples e descomplicada, segura, natural e desconcertantemente sincera. (Por isso a santidade incomoda aos que são afeitos à grande tentação do poder.) A pessoa é livre de todos os temores – que mal pode prevalecer na presença do Sumo Bem? –
             
É assim que uma pessoa que atingiu a santidade, como a nossa Lola, consegue realizar todo o bem de é capaz. Tem os olhos focados no bem realizável, que concretiza usando as forças Daquele que a fortalece, e não as das suas carências e misérias.

Tal seria uma explicação para o fato de que Floripes, que poderia ser um estandarte da cobrança, porque materialmente se encaixava perfeitamente entre os excluídos e marginalizados, pois era mulher, idosa, paralítica, e com pouquíssima instrução acadêmica; ninguém teria coragem de negar-lhe a carteirinha de carente. No entanto, era uma excelente administradora, fazia valer cada bem ou atributo, era uma bem-aventurada a quem as pessoas vinham procurar para pedir ajuda! Nunca lhe faltou absolutamente nada.   Uma pessoa santa vive do Bem que é Deus.

 Outra característica da santidade é a compulsão para aproximar as pessoas de Deus. A convivência com Deus lhe mostra todo o bem que Ele pode e quer realizar em favor dos seres humanos que quis criar para dar vazão ao Seu imenso e perfeito amor. A convivência com as necessidades humanas compunge seu coração totalmente sintonizado com a misericórdia divina. Daí a sua ansiedade para saciar toda a fome e sede das pessoas na bondade toda- poderosa de Deus. A quem tem Deus, nada falta ( Santa Tereza).
            
Floripes, vivendo sua reclusa vida de santidade, traduziu, para o nosso tempo confuso, a maneira concreta do convívio com Deus, que está ao alcance de todos e de qualquer pessoa. Depende apenas da vontade pessoal.

Giselle Neves  Moreira de Aguiar
                                                                                                                         

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