Texto do livro Simão Pedro, de Georges Chevrot - Editora Quadrante, São Paulo, 1990
"O inconveniente que poderia oferecer a ação
excessivamente pessoal de um chefe único, encontra-se magnificamente compensado
pela sucessão de pontífices que não se assemelham. Um será mais audaz, outro
mais discreto; este parecerá especialmente preocupado em conquistar o mundo
para o cristianismo, aquele insistirá sobretudo na formação interior dos fiéis;
e assim se completam maravilhosamente, tal como os movimentos alternados de
sístole e diástole regulam a circulação do sangue em todo o organismo.
Quanto à questão de saber se, por muito diferentes que
sejam uns dos outros, cada um é o representante autêntico da autoridade de
Cristo, a História encarrega-se de nos responder que cada Papa chega no tempo
oportuno e que seu gênio se encontra em providencial sintonia com as
necessidades do momento.
O livro dos Atos dos Apóstolos conta-nos que a sombra de
Pedro curava os doentes reunidos à sua passagem, mas o seu corpo não teria
projetado sombra alguma se, por cima dele, não tivesse brilhado o sol de Deus.
Assim, os Papas são unicamente, mas de modo efetivo, a sombra de Cristo. Seja
qual for o nome que adotem – João, Pio ou Bento- (ou Francisco), por detrás
dele, do Chefe da Igreja, nós vemos sempre a luz de Deus."
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