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Fotos do afresco de Bruno de Giusti na Catedral de Sorocaba |
A
personalidade de São Pedro não é difícil de ser detectada nos livros dos
Evangelhos e no dos Atos dos Apóstolos, na Bíblia. O pescador escolhido por
Jesus para chefiar a sua Igreja manifestava grande intensidade em tudo o que
vivia. Era impulsivo, entusiasmado, espontâneo e verdadeiro. Essas características
se mostram presentes em diversas ocasiões, como, por exemplo, quando quis
impedir que Jesus lhe lavasse os pés na última Ceia, quando Jesus o impôs
como condição para estarem juntos, pediu que lhe lavasse também as mãos e a
cabeça.
No jardim de Getsêmani, quando os
soldados vieram prender Jesus, Pedro, com uma espada, decepou a orelha de um deles, que foi imediatamente restabelecida pelo Mestre. Ele e João foram os únicos que
seguiram Jesus após a prisão, porém, como Ele havia predito, negou-o por
três vezes. Jesus parecia apreciar a espontaneidade de Pedro, isto o tornava mais
confiável; assim, a tríplice negação foi substituída por três confirmações de
amor ao Mestre.
Depois da morte, ressurreição e
ascensão de Jesus, Pedro mostrou-se intrépido na pregação do Reino de Deus. Por
isso foi preso e açoitado várias vezes. Sua morte foi ainda mais intensa em
sofrimento do que a do próprio Cristo. Condenado, em Roma ao
mesmo tipo de morte que Jesus,
disse não ser digno de morrer como o Mestre e pediu para ser crucificado
de cabeça para baixo. Foi esta a cena escolhida pelo artista Bruno de Giusti para retratar a
pessoa de São Pedro, no afresco de sua capela na Catedral de Sorocaba. O humilde pescador que amou a Jesus, mais que os outros, e
viveu para confirmar este amor tão intenso, tanto na vida como na morte.
Giselle Neves Moreira de Aguiar
Texto do livro: A Arte Sacra de Bruno de Giusti - Comunicação e Cultura na Catedral de Sorocaba (inédito)
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