sexta-feira, 9 de maio de 2014

Poesias para mamãe




Houve um tempo em que o dia das mães era feito de coisas abstratas, que não podem ser vistas ou tocadas. Era o dia em que se reconhecia concretamente o papel importante que a mãe representa na vida de cada filho(a). 

Os presentes eram cheios de arte. Eram cartões feitos à mão, com o uso dos ‘decalques’ e frases que demoravam para serem escritas, com a caneta e a tinta ‘Nanquim’. Gastava-se tempo. 

Havia também quem já sabia fazer um bordado (porque a mãe ensinou), um trabalho de marcenaria, uma tela de pintura ou outro trabalho manual. Tudo preparado com muito gosto. 

Mas eram os presentes que não podiam ser guardados que as mães mais gostavam (fotografia era coisa rara e difícil). Na escola, aprendia-se uma poesia para ser declamada na ocasião, músicas com letras cheias de gratidão eram ensaiadas com muita antecedência.  Nos Grêmios Recreativos das escolas dos adolescentes e jovens, ensaiava-se peças de teatro consideradas magníficas no dia da apresentação… valia, até mesmo, flores colhidas no próprio quintal, cultivadas pela homenageada.

Presente comprado quase não existia, era mais para quem não tinha lá muito talento, e tivesse dinheiro. Ainda assim, precisava ser de acordo com a ocasião; devia ser algo relacionado com o espírito. Podia ser o disco recém lançado do cantor ou orquestra da preferencia dela, um bom livro ou a imagem religiosa da sua devoção. 

Era um tempo, em que as pessoas eram ricas, tinham tempo…

Giselle Neves Moreria de Aguiar





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