Texto
baseado na análise de texto do livro O Jornalismo na Era da Publicidade
Autor: Leandro Marshall
Editora Summus, São Paulo, 2003
No início do texto quando Marshall fala do jornalismo
cor-de-rosa que tomou conta do cenário da imprensa. Ele diz que a partir dos
anos 80 o jornal norte-americano USA
Today, despindo-se de todos os pudores que caracterizam o conceito clássico
de jornal dava inicio a uma nova fase do jornalismo focando
seus conteúdos em amenidades como
notícias de esportes e entretenimentos
dispostos em páginas cheias de infográficos, designs atrativos e muita cor para atrair a atenção de compradores
que, por sua vez, seriam usados como
atrativos para atrair a as polpudas verbas de divulgação das grandes
companhias.
Seus efeitos sobre o jornalismo
clássico, focado no "respeito à
verdade, à imparcialidade e à objetividade, bem como a defesa do interesse
público"( conforme nota do rodapé da p.2 do texto) foram catatróficos, devido à grande
importância dada ao lead e à pirâmide invertida, o que torna a notícia curta,
superficial e facilmente digerida, como convém ao jornalismo cor-de-rosa, que
se interessa por leitores felizes e prontos a consumir amenidades recheadas de
anúncios.
- Ainda há separação nítida
entre jornalismo e publicidade?
A leitura feita por meio do aprendizado
amealhado ao longo de cerca de 40 anos de leitura diária de jornais e pelo que
me foi apresentado no curso de jornalismo, vejo um aspecto não detectado pelo
autor, Marshall, no texto apresentado pela professora.
A
partir dos anos 80 as empresas jornalísticas "saíram do armário"
assumindo a postura de quem persegue o lucro como principal objetivo. Até então
havia certo pudor, em relação ao interesse público de cada publicação.
Minha observação é que a partir dos
anos 30, a chegada à Nova York dos fundadores da Escola de Frankfurt deu origem
ao estado de confusão que hoje se apresenta nos meios de notícias.Tais pessoas, arraigadas no marxismo, se sentiam
e comportavam como monges num bordel diante da efusão de progresso alcançado
por uma porção de religiosos (luteranos, calvinistas e judeus) que se sentiam
na terra prometida.
Segundo idiossincrasia deles todo aquele
ambiente de produção de bens que cada vez atingia um número maior de pessoas,
que usufruíam dos mesmos bens que produziam, era algo que religiosos chamariam
demoníaco, mas como ateus marxistas usavam de seu vasto repertório de
conhecimentos para condenar veemente aquilo pelo qual, no fundo, se sentiam
fortemente atraídos.
No país da liberdade e da democracia, tiveram
suas ideias respeitadas e, por serem extravagantes atraíam a atenção de jovens
especialmente os universitários. Aos poucos suas ideias foram espalhadas pelas
universidades do mundo inteiro por meio do gramcismo aplicado pelos adeptos da
Teoria dos Estudos Culturais, nascida na Inglaterra.
Nos anos 80 muitos dos antigos estudantes
(especialmente os das áreas de comunicação) formados pela ideologia dominante
da Escola de Frankfurt, assumiam posições importantes dentro dos grandes
jornais. Eles, a quem foi ensinado, sobretudo pela omissão de visões diferentes
de pensamento, que toda a produção de bens em escalas maiores é um condenável instrumento
de exploração do próximo, que os meios de comunicação são veículos da manipulação
do povo e que os donos de empresas de comunicação são pessoas execráveis que
estão continuamente articulando meios de dominar o mundo, são obrigados agora a
viver os papéis tidos por eles como altamente condenáveis. Uma vez no posto,
procuram praticar o que foram induzidos a acreditar; quase automaticamente
exercem o que acreditam ser a realidade do jornal, um mero instrumento de
exploração e manipulação do trabalho alheio, seja vendendo notícias fabricadas,
seja guardando a imagem dos poderosos corruptos, seja atingindo a imagem dos
que podem oferecer ameaças ao status quo,
sempre agindo em interesse subjetivo.
Concluindo:
Infelizmente
o que se vê é desalento na profissão do jornalismo, e esta mesma ideia é
passada aos estudantes para os quais é apresentada apenas a visão frakfurtiana
da vida, nesse caso o profissional sai da faculdade esperando conseguir um
emprego num jornal, ou outro veículo, no qual será obrigado a "se curvar
às ideias do "jornalismo industrial publicitário ultracapitalista" (
Marshall, 2003, p. 88-9) do seu patrão até que consiga se tornar alguém de
relevo que possa divulgar suas próprias ideias, mas quando o consegue, observa
que é um apaixonado por tudo aquilo que sempre condenou. A vigorar esta
mentalidade, o jornalista estará cada
vez mais refém do que aprendeu a condenar, porque estará ele mesmo cada vez
mais envolvido na produção e na divulgação dos fatos.
Trabalho
feito para a disciplina Recepção de Produção de Sentidos do curso de Comunicação
Social, Jornalismo, da Universidade de Sorocaba, ministrado pela Profª Maria Ogécia
Drigo, em fevereiro de 2012
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