quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Beatos Jacinta e Francisco Marto, dois dos três pastorinhos de Fátima.

Assustados, pararam o jogo e olharam à volta. Viram então lá longe, por cima das oliveiras, uma luz que se movia sobre o vale, de leste para oeste, e que parecia vir ter com eles.(...) Com efeito, parecia inteiramente revestido de raios refulgentes, mais brancos que a neve, e desta vez aproximou-se tanto que, ao chegar à pedra áspera da entrada da loca, puderam distinguir a forma de “um jovem de  seus 14 ou 15 anos, mais branco que se fora a neve, que o sol tornava transparente como se fora cristal”descreve Lúcia. Podiam ver agora perfeitamente os traços de um rosto humano de indescritível beleza. Estupefatos, emudecidos, contemplavam-no paralisados.

-Não temais - disse -. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo. Ajoelhou-se, curvou-se até tocar o chão com a fronte e rezou: - Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

Repetiu essa palavras mais duas vezes com as crianças e depois, levantando-se, disse:

- Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos à voz de vossas súplicas.
A seguir desapareceu, como se estivesse dissolvido na luz solar.

A oração gravou-se de tal forma na mente de Lúcia e Jacinta - Francisco não chegara a ouvi-la - que nunca mais a esqueceram e, a parir desse instante, a repetiram  muitas vezes por longo tempo, de joelhos, até caírem de cansaço.


Depois de rezarem o terço, como de costume, puseram-se a recitar a oração “Meu Deus! Eu creio, adora, espero e amo-Vos. Peço -Vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam”. 
Acabavam de repeti-la mais uma vez, quando, de súbito, a mesma luz cristalina brilhou novamente sobre o vale e o Anjo tornou a aparecer-lhes, belo, resplandecente, deslumbrante, suspenso no ar. Desta vez trazia numa das mãos uma cálice e, sobre ele, com a outra, segurava uma Hóstia. Deixou-os suspensos no ar, prostrou-se por terra e disse: “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade  de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra , em reparação dos ultrajes, sacrilégios  e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido . E pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração  e do Imaculado Coração de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores!
Repetiu três vezes essa oração com as crianças. Depois levantou-se, tomou novamente o Cálice e a Hóstia nas mãos, dizendo: 

-Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus. 

Viram então umas gotas de sangue que se desprendiam da Hóstia e caíam no Cálice. O Anjo colocou a Hóstia entre os lábios de Lúcia. A Jacinta e Francisco deu-lhes a beber do Cálice. Prostrou-se novamente em adoração e repetiu três vezes a mesma prece. Lúcia e Jacinta rezavam com ele e Francisco acompanhava-as , pois não ouvia as palavras do Anjo. E pela última vez o Anjo da Paz se desvaneceu no meio da luz ofuscante do sol.  - Wlash, William Thomas, no seu livro "Nossa Senhora de Fátima ( Editora Quadrante, 1996) , escrito a partir de grande pesquisa em 1947, quando entrevistou  várias testemunhas, entre elas a própria Lúcia. O livro se baseia também nas memórias escritas pela vidente. -

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