Lembra e conta Ana Maria que, nos primeiros anos da década de 1980,
surgiu um programa matutino na televisão chamado TV Mulher. Era um
programa com uma pauta ampla, que abrangia os diversos assuntos de
interesse da mulher. Entre eles, tinha um, cujo tema também era de grande
interesse feminino, o da sexualidade.
Esse quadro deu visibilidade à sexóloga Marta Suplicy. Apesar do assunto
ser muito interessante, a maneira com a qual era apresentado, pela hoje
Ministra da Cultura, era violentamente grosseiro. Era comum observações
como esta: - As mulheres também deveriam passar mão nos trazeiros dos
homens nos transportes coletivos; afinal, por que só eles podem fazer isso
com as mulheres?
Com essa lembrança, Ana Maria quer mesmo é lembrar de sua mãe, que
assistia sempre ao programa TV Mulher. Mais de vinte anos depois, quando
ela já estava com mais de 90 anos, suas filhas queriam testar suas habilidades
cognitivas e saber como estava sua memória; trouxeram, como referência, o
nome de uma figura pública. Uma delas perguntou: - Mamãe, quem é Marta
Suplicy? E a velha senhora respondeu com um olhar sentido:
- É pecado ter nojo das pessoas, não é? Mas, que Deus me perdoe, eu tenho
nojo dela!
Giselle Neves Moreira de Aguiar
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