“Senhor, riqueza dos pobres, como sabeis admiravelmente sustentar as almas! Em lugar de descobrirdes os Vossos tesouros de uma só vez, pouco a pouco os ides mostrando, para que eu, ao ver uma Majestade tão grande, escondida em tão pouca coisa como é a hóstia, não possa deixar de admirar a Vossa tão grande sabedoria..."
"Ó Senhor meu, se não encobrisses assim a Vossa grandeza, quem ousaria unir tantas vezes com a Vossa Majestade, uma alma tão suja e miserável? Bendito sejais, Senhor! Louvem-Vos os anjos e todas as criaturas pois assim acomodais as coisas à nossa fraqueza para que, gozando de tão soberanas mercês, não nos espante o Vosso grande poder. Como fracos e miseráveis que somos, se Vós não tivésseis recorrido a este meio, não teríamos ousado gozá-las."
"Como poderia eu, Senhor, pobre pecadora que tanto Vos ofendeu ter a ousadia de estar perto de Vós, se visse toda a Vossa Majestade? Sob os acidentes do pão, ao contrário, estais muito mais acessível; do mesmo modo que, quando um rei se disfarça, nada se nos daria de conversar com ele sem tantas atenções e respeitos. Se Vós, ó Senhor, não tivésseis assim disfarçado, quem de nós ousaria chegar-se a Vós com tanta tibieza, tão indignadamente, com tantas imperfeições?"
"De resto, não posso duvidar, de forma alguma, da Vossa presença real na Eucaristia. Deste-me uma fé tão viva que quando ouço algumas pessoas dizerem que queriam ter vivido no tempo em que Vós andáveis no mundo, rio-me comigo mesma, parecendo-me que, tendo-Vos no Santíssimo Sacramento, nada mais deveriam desejar! "
- - Santa Tereza de Avila -
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