sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

José Messias Rosa





José Messias Rosa nasceu em 22 de agosto de 1927, no sítio das Palmeiras, no vizinho município de Ubá. Seu nascimento foi um acontecimento especial na vida sua família devido a uma coincidência rara de acontecer que considero importante registrar:  o jovem farmacêutico Mário Magalhães, filho do viúvo Sr. Paulino Rosa, estava noivo da senhorita Luiza Moura, filha da viúva Sra. Maria Messias. Com a convivência entre as duas famílias, os dois viúvos vieram a se casar e desse casamento nasceu José Messias Rosa,  que veio a ser irmão do Sr. Mário Magalhães e também de Dona Luiza, sua esposa. Talvez pelo fato de ser duplamente irmão, teve também duplicada a benção de Deus em sua vida.

Aos 14 anos veio para Rio Pomba, morar e trabalhar com irmãos Mário e Luiza, então proprietários da "Farmácia Santa Maria”. Com muita facilidade assimilou os procedimentos do trabalho farmacêutico, que naquele tempo era todo artesanal e os medicamentos eram em grande parte manipulados na própria farmácia. Seu espírito curioso e atento percebia como cada remédio era eficaz para cada tipo de doença. Foi se tornando, pouco a pouco, o braço direito do seu irmão Mário. Desde aquele tempo cultivava o hábito de ler jornais e comentar as notícias com os amigos, o que lhe deu uma boa visão geral da vida, firmou-lhe os pés no chão e lhe deu asas à imaginação. Era o que chamamos hoje de empreendedor.

Em 1953 casou-se com Yêdda Neves Moreira Rosa. Paralelamente ao trabalho na farmácia, era também representante comercial de uma fábrica de adubos. 








No ano de 1965 seu irmão Mário resolveu aposentar-se. Queria morar em Juiz de Fora. Propôs então a José vender-lhe a farmácia, proposta que foi prontamente aceita. O negócio prosperou nas mãos do José, que conhecia quase todo mundo em Rio Pomba, talvez soubesse mesmo da saúde de grande parte dos rio-pombenses.  Na cidade, era comum o fato de que, sempre que  alguém sentisse alguma coisa, passava primeiro no Zé do Mario. Se fosse algo mais simples já levava o remédio, se não fosse ele mandava para o médico. Foi assim que ganhou um grande número de compadres e naturalmente de afilhados  e afilhadas. 

Em 1971, seu espírito empreendedor teve papel importante em Rio Pomba, com  a inauguração da Padaria Rosa Cristi, a primeira com instalações ultra modernas para a época. Foi quando o rio-pombense pode ter o conforto de ter “pão quente a toda hora”. Quem estava à frente do frutuoso negócio era o popular Cristiano Santos Pires, o Sr. Cristianinho, seu sócio.

Os empreendimentos estavam a pleno vapor em 1972,  com a inauguração da  "Fábrica de Móveis Plama". Seus fundadores eram dois talentosos artistas rio-pombenses: Antonio Mendes Campos, Alaor Mendes  além do empresário José Messias Rosa. 

O casal Zezé e Yêdda esteve sempre ativo na vida da comunidade.  continuamente ligado aos interesses coletivos. Foi assim nos trabalhos paroquiais da Paróquia de São Manoel, especialmente no movimento "Cursilho de Cristandade”. Destacou-se nos preparativos da festa de Sagração Episcopal de Dom Helio Heleno, então sacerdote daquela paróquia. Foram também presidentes do Lions Club, em cuja gestão foi recuperada a Escola Rural da localidade Granatos. José sempre fez parte da diretoria do Club dos Trinta. 

Uma pessoa tão popular e tão ligada aos interesses coletivos não poderia deixar de passar pela política local. Foi vereador na legislatura de 1973 a 1077. Mas o forte dele mesmo era a farmácia. Foi ali que passou longo tempo da vida, sempre auxiliado por pessoas boníssimas que tinham tudo a ver com ele, fazendo com que a "Farmácia Santa Maria" fosse um ponto de referencia na cidade, onde sempre se passava, mesmo que fosse para somente um “dedo de prosa”. Dentre todos os auxiliares, o que mais se identificou com ele foi Alírio Lopes Ferreira. 

José Messias Rosa aproveitou pouco da aposentaria. A partida da sua musa, Yêdda, o tornou  cada vez mais recolhido. As responsabilidades, deixou para os filhos. Precisaram quatro para substituí-lo: dois empresários e dois médicos. Sabedoria Divina.Falando sério, José Messias Rosa  foi mais um grande exemplo entre muitos que temos em Rio Pomba. Nossas novas gerações precisam conhecer e valorizar pessoas que souberam, como ele, tirar proveito de tudo o que a vida lhe ofereceu; as que foram capazes de transformar cada oportunidade em benefícios para grande número de pessoas.   


Que agora, junto de sua saudosa Yêdda, ele merecidamente repouse confortavelmente no Sagrado Coração de Jesus "da Lola”, de Quem foi um fiel escudeiro,  colocando seu testemunho e empenho na fundação da Associação dos Amigos da Causa da Lola, que teve em sua esposa Yêdda um importantíssimo arrimo,  em horas  tão difíceis.

Giselle Neves Moreira de Aguiar
Sorocaba, 03 de fevereiro de 2017

  • Texto adaptado do que foi lido em setembro de 2005, da mesma autoria, por ocasião em  que José Messias Rosa recebeu o título de  “Cidadão Honorário de Rio Pomba", conferido pela Câmara de Vereadores da cidade, na época.

    Sobre sua esposa: Yêdda Neves Moreira Rosa



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