quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Santa Hidelgard de Bingen


"Frequentemente os que me acompanham e consolam são os que lá (no Céu) vivem. Vejo-os como verdadeiramente vivos, enquanto os desta vida parecem -me tão mortos, que todo o mundo, sinto, não me faz companhia." - Santa Tereza de Ávila  no “Livro da Vida” capítulo 38, 6 -

No tempo atual, essa fala de Santa Tereza tem grande valia. Do jeito que nossos olhos da alma  andam confundidos por tanta informação dirigida pelos inimigos da fé, se não cultivarmos o olhar do  espírito logo, logo seremos seres espiritualmente castrados, impedidos de viver o que há de melhor na vida humana, os fatos que acontecem na alma. 

 As informações que temos recebido são focadas no mundo material, e até o próprio amor ao Deus invisível aos olhos biológicos tem sido substituído pelo seu derivado, o amor ao próximo, este também de forma muito distorcida. 

Em tempo tão bicudo,  sofremos  os efeitos de uma vida  social pautada pela ideia meramente humana, e  percebemos que  isso  traz consequências  à nossa vida pessoal e  familiar. Que leis forjadas na pobre mentalidade humana desejam se sobrepor às leis divinas, sob as quais viviam nossos ancestrais, em pleno acordo com natureza humana formada de corpo e espírito.  Por decretos da vontade humana, tentam  impedir o cultivo da parte espiritual dos humanos. Assim eles se tornam mais “controláveis". Seres dotados de vida espiritual só podem ser subjugados por um Espírito muito superior, em todos os aspectos, não por meras inteligências mortais. 

Quem não quiser ser castrado espiritualmente haverá de se mirar  em exemplos de quem atingiu a plenitude do aspecto mais relevante do ser humano: o da espiritualidade. Quando, meu marido e eu, fizemos o "Caminho de Santiago”, houve um  pedaço dele  em a neve derretida produzia um tipo de barro muito escorregadio, tornando muito difícil ficar em pé, e mais ainda, seguir caminhando. Lembro-me de que as pegadas dos peregrinos que recém tinham passado por ali foram fundamentais. Procurávamos pisar exatamente sobre elas, porque ali, certamente o terreno era firme. 

Penso que os exemplos, as vidas, dos santos são para os católicos pegadas de peregrinos. Eles passaram dificuldades ainda maiores do que as que enfrentamos; no entanto, souberam se tornar fiéis à Verdade, que é Deus, e à sua própria identidade. Grandíssimo senso de realidade encontramos nas vidas dos santos. Seguindo suas formas de pensar, forjadas na Verdade revelada pelo Autor de tudo o que existe, quer se queiram ou não, podemos usar seus conhecimentos, assim como quem prepara uma receita aprendida por um chef renomado.

Um sem-número de santos existem, apenas entre aqueles cujos méritos foram reconhecidos oficialmente e que a Igreja considera como exemplo vida cristã. São mestres de santidade que vivem eternamente na Glória de Deus e com os quais estamos unidos por meio da Comunhão dos Santos em Deus, apesar da nossa ignomínia, ainda que involuntária ( "Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero" (Rom 7, 19)). Podemos e devemos pedir ajuda a eles nas nossas dificuldades como pedimos ajuda de alguém que saiba mais do que nós, de um médico ou de um advogado por exemplo. 

Hoje, 17 de setembro, a Igreja  lembra uma grande santa que viveu no século XII. Apesar da visão   que a condição feminina tinha no seu tempo, ela, uma monja beneditina,  foi naturalista, médica informal, poetisa, dramaturga,  escritora e teóloga. Grande observadora da natureza, escreveu verdadeiros tratados científicos.  É autora de várias músicas eruditas, que causam grande efeitos na alma, usadas já naquele tempo como terapia, como auxiliar nas doenças do corpo e da alma. Bento XVI a proclamou doutora da Igreja.


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