sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Tarde te amei - Santo Agostinho -



Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!
Tarde demais eu te amei!
Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava fora!
Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas.
Estavas comigo, mas eu não estava contigo. 
Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, 
que não existiriam se em ti não existissem.
Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou minha cegueira.
Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti.
Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti.
Tu me tocaste, e agora ardo no desejo de tua paz.


- Santo Agostinho,  em Confissões.-

Santo Agostinho e a Santíssima Trindade

Hoje, 28/08,  como em todos os anos, a Igreja  celebra a memória de Santo Agostino, filósofo que viveu de 354 a 430. Tendo vivido numa constante busca pela Verdade, procurou-a em todas as ciências e crenças, encontrou a fé cristã já no ano de 386 e nela descansou o seu ansioso coração.  
O quadro de Rubens, pintado entre 1636 e 1638, mostra um fato  que teria acontecido na vida o santo:

Enquanto passeava pela praia meditando sobre o mistério da Trindade, Agostinho encontrou um garoto que repetidamente jogava água do mar num buraco escavado na areia. Ao perguntar-lhe o que estava fazendo, a criança disse-lhe que pretendia colocar ali toda a água do mar. Quando Agostinho lhe explicou ser impossível realizar seu intento, a criança respondeu: É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco do que compreender-se o mistério da Santíssima Trindade; em seguida, sendo um anjo, desapareceu.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Refúgio


“É nas chagas de Jesus que vivemos seguros. 
Nelas se manifesta o amor imenso do seu Coração.
Importante é a coragem de me entregar à misericórdia de Jesus;
confiar na sua paciência, refugiar-me  sempre na feridas do seu amor.”

Papa Francisco ( homilia S. João de Latrão, 7/4/13)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Santa Clara e a Eucaristia



Tomás de Celano relata:

 “Pelotões de soldados e bandos de arqueiros sarracenos, sombrios como harpias, estavam acampados naquele lugar por ordem imperial, com a finalidade de devastar os acampamentos e conquistar a cidade.  

Um dia, durante um ataque do feroz exército dos sarracenos contra Assis, cidade particular do Senhor, eles irromperam nas adjacências de São Damião, mais propriamente no claustro das virgens. Os corações das monjas se contraíram pelo terror e trêmulas de medo, dirigiram os seus prantos à Madre Superiora (Santa Clara), quem, com o coração intrépido, ordenou que a pusessem, embora estivesse doente, diante da porta, bem na frente dos inimigos, trazendo uma caixinha de prata e marfim, na qual estava guardado com suma devoção o Corpo do Santo dos santos.

Prostrada em oração, entre lágrimas, falou com o seu Senhor: 

“Ó Meu Senhor, queres colocar as tuas servas indefesas nas mãos dos pagãos, as mesmas, que por amor a Ti, eu eduquei? Senhor, eu te peço, protege estas tuas servas, porque eu sozinha não posso salvá-las”. 

Imediatamente uma voz de criança, vinda do Tabernáculo, sussurrou aos seus ouvidos: “Eu as custodiarei sempre!”. 

“Meu Senhor”, acrescentou, “protege também, se é a tua vontade, esta cidade, que nos sustenta pelo teu amor”. E Cristo lhe diz: “Terá que sofrer duras penas, mas a minha proteção a defenderá”.

 Então a virgem, ergueu o rosto banhado em lágrimas e consolou as irmãs que estavam aos prantos: “Eu garanto, minhas filhas, que não sofrereis nenhum mal; somente tendes fé em Cristo!” 

Não demorou muito e a audácia dos agressores se transformou em espanto; e abandonando apressadamente os muros que tinham escalado, foram derrotados pela força daquela mulher que rezava. Imediatamente Clara advertiu as irmãs que tinham ouvido a voz: “Enquanto eu estiver viva, cuidem-se bem, queridas filhas, de comentar com qualquer pessoa sobre aquela voz”.

domingo, 2 de agosto de 2015

O Pão da Vida


 E, reparando a multidão que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, entrou nas barcas e foi até Cafarnaum à sua procura.

Encontrando-o na outra margem do lago, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?”
 Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos.
 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal”.

 Perguntaram-lhe: “Que faremos para praticar as obras de Deus?”
 Respondeu-lhes Jesus: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou”.

 Perguntaram eles: “Que milagre fazes tu, para que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra?
 Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito: ‘Deu-lhes de comer o pão vindo do céu’”.
Jesus respondeu-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu; porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo”.

 Disseram-lhe: “Senhor, dá-nos sempre deste pão!”
 Jesus replicou: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”. (João 6,24-35)