Misericórdia, segundo Caldas Aulete, é o "sentimento de dor e solidariedade causado pela miséria alheia".
Para a civilização judaico-cristã, a que construiu o progresso e vigorou no ocidente até pouco tempo, a misericórdia é um dos principais atributos da Pessoa divina, capaz de bondade infinita. Para sentir o seu efeito, tanto em sentimento para com outras pessoas, ou se considerando alvo dela, é necessário estar de alguma maneira próximo a Deus, por iniciativa própria ou pela intercessão ou intermediação de alguém que a peça e receba de Deus, para si ou para outrem.
A humanidade, cada vez mais distante de Deus, rejeita Sua Lei, da qual faz parte o mandamento: “Não matarás”. Por consequência, tem mais e mais, se submetido a leis impostas por meros e falhos seres humanos que têm produzido mais e modernas formas de assassinatos. Muitos membros da humanidade (e é cada vez maior o número deles) vivem hoje, na prática, sob a retrógrada lei de talião, a que diz: "olho por olho, dente por dente”.
Certamente, isto não é culpa de Deus! Quem despreza a fonte da bondade, que é Deus, não pode cobrar de outros que tenham tenham misericórdia, para consigo ou para quem quer que seja.
Para onde caminha a humanidade, se a misericórdia é cada vez mais um artigo de luxo, coisa de privilegiados que continuam a se relacionar com Deus, ou que ainda preservam um certo sentimento herdado de pais ou avós? E se considerarmos, ainda, que tais pessoas são contínuo alvo de desprezo, e até de injúria, da maioria dos que se manifestam?
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