sábado, 20 de setembro de 2014

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Assisti, ao vivo, na quarta-feira16/09/2014 a seção CPMI da Petrobrás  que deveria interrogar o seu ex-diretor Paulo Roberto Costa, a respeito  do  conteúdo da delação premiada que ele havia  feito à Justiça do Paraná sobre prejuízos causados à empresa possivelmente devido à corrupção.  Confesso que senti algo de bom; muitas informações levaram a deduções vindas do próprio silêncio do inquirido, que usou do seu direito de permanecer calado.

Diante do silêncio, parlamentares da oposição , disseram que suas assessorias realizaram diligências e obtiveram muitas informações a respeito do assunto e, baseados nelas, fizeram perguntas ao acusado, mesmo que ficassem sem resposta. 

Alguns externaram a indignação própria dos seus representados: todos os  cidadãos que se prezam, ao saber que tal diretor da maior estatal do país, preso por corrupção, diz à Justiça que dezenas de parlamentares, governadores e ministros estão envolvidos na mesma trama de corrupção.

Às vésperas das eleições, quando tem que escolher em quem votar, como fica o eleitor sem saber se está ou não votando em em corrupto? Na visão dos brasileiros sérios, há grande necessidade de que seus nomes sejam declinados, uma vez que as delações deveriam ser acompanhadas de provas para que aconteça o prêmio da grande diminuição da pena. Já os da base do governo apenas diziam que queriam que a investigação fosse feita…

Assim que terminou  a seção, num canal de TV de notícias, âncora e comentarista insinuavam deboche ao comentarem que a CPI virou palanque eleitoral. O mesmo estava na manchete de pelo menos um grande jornal do país.
  
Uma pergunta não queria calar: onde estão os nossos jornalistas investigativos? Por que o que foi dito  naquela seção de CPMI não estava publicado nos grandes jornais?
Os, habitualmente demonizados, deputados que externaram, no Parlamento, o sentimento  de muitos brasileiros diante do pouco que tem sido publicado sobre o rombo na Petrobrás, estariam fazendo o papel da imprensa, investigado e divulgando fatos de interesse de toda a população?

Os jornalistas que acusaram os deputados de uso da comissão como palanque eleitoral por acaso acreditam que, por ser época de eleição, não deveriam cumprir o dever deles, defender o interesse público em situação de tão alto risco? Ou apenas  tais jornalistas não alcançam a  extensão e gravidade  dos assuntos que noticiam?
 Em uma democracia, é preciso que haja diversidade de pensamentos. Sem ela   não há como um cidadão desenvolver todo o seu potencial. Ao que tem parecido, depois de décadas de monopólio ideológico, nas redações, a maioria dos nossos jornalistas comungam o pensamento e visão de mundo dos que detêm o poder no pais.

 A revista Veja tem sido naturalmente demonizada  por atingidos e partidários deles, por abrigar heróicos jornalistas que, ousando contrariar o regime, puxaram o cordão da verdade publicando notícias que colocaram na cadeia corruptos importantes  devidamente julgados e condenados.  Se não fosse por tais notícias  divulgadas e aprofundadas depois por outros órgãos da imprensa, certamente já teríamos um grau de liberdade igual ao de Cuba e uma qualidade de vida similar à da vizinha Venezuela, que é, ainda, um pouco melhor que a de Cuba...

Tudo isso devido à hegemonia do pensamento que quer vigorar, à força, pela ditadura gramscista. Viva a verdadeira Democracia, que não acontece sem a verdadeira liberdade de imprensa.

Confirma o pensamento a afirmação da Presidente da República publicada hoje ( 20/09/2014) em todos os grande jornais: “Papel da imprensa não é o de investigar e sim divulgar informações”. Segundo o cômodo pensamento de Sua Excelência, jornalistas, como bons vassalos, devem apenas publicar o que as assessorais de imprensa dos órgãos do governos enviam às redações. Afinal, a receita de tais empresas de notícias não tem como maiores fontes de recursos as propagandas dos governos, das autarquias, das empresas estatais,  e os bancos oficiais?…

Foto:meninadelah.blogspot.com.br/

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