segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Jardim





HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade 
que parecia feita de giz. 
Perto da janela havia um pequeno jardim seco. 
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. 
Mas todas as manhãs vinha um
 pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando 
com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.- Cecília Meireles : A Arte de Ser Feliz -


Tela de Telma Foelkel


Nenhum comentário:

Postar um comentário