Texto do livro Hora
Santa do Pe. Mateu Crawley-Boevey SS.CC.
– editado pela Serva de Deus, Floripes Dornelas de Jesus – 1987 –
A voz de Jesus Cristo: -
Alma dileta; na Hóstia onde me vês, eu vivo silencioso e mudo perpetuamente,
arrastado perante os Herodes modernos. . .
Não ouves o insolente interrogatório
que me fazem suportar, a mim, que sou o
Poder supremo, a verdade e o
único Senhor?. . .
E calo-me por teu amor, por ti, a quem salvo, sofrendo a condenação ignominiosa
dos poderosos da terra, juízes dos homens, não, porém, da minha doutrina. . .
Ambicionam uma autoridade tirânica,
para exercer contra mim. . . e sou perpetuamente vítima. . .
Para
eles o trono, para mim o banco dos réus; para eles o cetro de ouro, para mim a
cana de irrisão; para eles o aplauso das turbas, para mim a corte do desprezo e
a túnica branca dos loucos; para eles o diadema e as homenagens, para mim a
coroa de espinhos, os impropérios, o esquecimento, sempre o esquecimento!
E se, talvez, no meio das suas falsas
grandezas, estes poderoso da terra lembram-se da minha realeza, o meu nome
vai desencadear tempestades de ódio,
perseguição e blasfêmia. . . Eis como sou tratado pelo mondo, o mundo que vive
porque eu consolo!
Mas
calo-me. . . Na Eucaristia sou a encarnação da misericórdia e do amor. . . Esta
revolta contra minha soberania, este desprezo da minha realeza nas leis que
regem os povos são um ultraje direto e uma
blasfêmia contra mim, que, apesar de tudo, fico entre os homens,
aniquilado, embora onipotente, no Sacramento do Altar.
Esta
injúria não é um verdadeiro desafio ao Deus da Eucaristia que te fala do fundo
seu tabernáculo, mudado tantas vezes em pretório de Pilatos? . . .
Aqui suporto, sem me queixar, as
afrontas dos escravos e as mofas dos vilões. Aqui ninguém me vem buscar, senão
quando os tribunais da terra decretam flagelar-me para me apresentarem depois,
ensanguentado, ao furor das turbas..
O meu divino Coração sente-se consolado
com vossas reparações ! Durante esta hora santa o amor ardente dos meus
compensa-me da irrisões dos poderosos. Vós sois o bálsamo das minhas
chagas. Daqui vos abençoo, amigos fidelíssimos.
Falai meus filhos! Pedi milagres ao amor
, vós, os predestinados do meu Coração. Falai. Eu sou o Rei das misericórdias
infinitas.
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