terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Testemunhas da Santidade


        Este vídeo foi gravado por uma pessoa devota do Sagrado Coração de Jesus, no dia em que foi ao ar, algum tempo depois do falecimento de Lola, ainda no ano de 1999.  Na época esperava-se que fosse o início da divulgação da vida de santidade da Lola pela Igreja. Cem por cento da população de Rio Pomba, MG, e os rio-pombenses em todos os lugares tinham como certo este raciocínio. Mas infelizmente isto não aconteceu.
Em 2007 uma cópia dele caiu em nossas mãos, como um tesouro de valor espiritual inesgotável, como se, de repente, por meio dele, Deus resolvesse despertar seu povo com esse verdadeiro "banho" da Sua Presença, de Verdade e do Seu Amor, acontecidos tão sutilmente na vida da Serva de Deus Floripes Dornelas de Jesus, a Lola. Assistindo-o é como se voltássemos à "aurora da nossa vida", regada à fé, esperança e caridade.
Por um tempo nos limitamos a "reparti-lo", um a um, com os amigos mais chegados, por respeito aos ditos direitos autorais, de produção e de imagem relativos à sua produção.
Porém, 12 anos depois, acreditamos que tenha chegado o tempo de partilhar esta riqueza espiritual com quem interessar possa. Nosso coração tem ardido de maneira tal que faz ver os empecilhos, os direitos legais, apenas como detalhes a serem tratados pessoalmente pelo Sagrado Coração de Jesus com os interessados. N'Ele confiamos que todas as pessoas que participaram da sua produção jamais se sintam prejudicadas por divulgarmos seu trabalho tão edificante, que traz tão grandes benefícios que somente Deus será capaz de pagar.
Assim, resolvemos "jogar na rede" um trabalho que, acreditamos ter sido dirigido pelo Espírito Santo (quem o assistir com os olhos da fé, com certeza o confirmará), apoiados no que dizia Santa Terezinha do Menino Jesus, que o Espírito Santo é sempre o verdadeiro autor das obras feitas em prol do Reino de Deus.  Segundo esta visão, Ele é, portanto, o  produtor deste filme que parece conter a isca capaz de fazer-nos mergulhar no oceano de Amor e Verdade do Coração de Jesus, que é divinamente onipotente e humanamente sensível, no qual nenhum coração humano é capaz de sentir o menor desconforto. Esta é a verdade tão bem comprovada pela vida da Lola quanto ela foi tão bem descrita pelas pessoas no vídeo.
Façamos uso do nosso direito de batizados, tomemos um banho do amor carinhoso de Deus assistindo a este filme. Depois de assisti-lo, com certeza nos sentiremos pessoas revigoradas na fé, na esperança e na caridade, virtudes que nossos pais e avós tanto fizeram uso para fazer de nós o que somos, e que devemos muito cultivar, se quisermos que vida no planeta continue a ser Vida, como aprendemos que fosse, coisa de verdadeiros seres capazes de, na plenitude da performance de sua condição humana,  interagir com Deus, a exemplo da Lola.

Confira o que acabou de assistir com o que foi publicado sobre Lola em 1955:

AMGSSCJ

Mais posts sobre Lola, a Serva de Deus, Floripes Dornelas de Jesus:
Breve história de sua vida:
Santidade anunciada e publicada desde 1955:
Oração pela beatificação:
Vídeo de Programa da Rede Vida de Televisão com entrevista dos sacerdotes e médicos testemunhando a santidade de Lola:

Lola, Serva de Deus Floripes, vídeo do Youtube

Uma página sobre a Lola:
O povo festejando a memória de Lola:
Feriado municipal pelo "Dia da Lola"
Rua com nome de Lola
Problemas políticos atingindo a religião:
Conexões entre ativismo político e a religiosidade;
Beatificações, alegrias e dores
Artigo de Roberto Nogueira, autor do livro: O Sagrado Coração da Lola, a Santa de Rio Pomba:
Trabalho de leigos pela preservação dos valores espirituais, pelo uso do patrimônio material deixado por Lola de acordo com sua vida, seus valores  e espiritualidade: 

Mais uma tentativa de golpe à memória da Lola:

                                                                                                                                                       

sábado, 28 de janeiro de 2012

São Tomás de Aquino e Dona Therezinha Cunha



                  

Minha professora da 4ª série do primeiro grau tinha uma frase escrita numa cartolina em lugar de destaque da classe: "O valor do homem é determinado pela sua vontade "– São Tomás de Aquino- .              

            Maria Thereza Correa Neto Cunha era motivo de orgulho para todos os que têm por ofício ensinar à gerações posteriores os conhecimentos à que têm direito . Sempre exigia o máximo que cada aluno pudesse render, tinha o dom de conhecer profundamente cada um.  “Adivinhava” quais as vocações individuais com base nas aptidões que os alunos demonstravam em sala de aula. Quase sempre acertava.                       

        Sempre chamava a atenção dos alunos para o valor das virtudes. Dizia que cada um poderia ser o que quisesse desde cultivasse as virtudes e delas fizesse uso e para demonstrar citava  sempre o exemplo de São Tomás de Aquino.                       

       Contava que ele era uma pessoa considerada de inteligência abaixo da média. Tinha uma imensa vontade de ser sacerdote, mas não conseguia ser admitido nos seminários porque não conseguia acompanhar os sofisticados estudos de latim, grego, aramaico, teologia, filosofia, etc. Vivia então aos pés da Santíssima Virgem pedindo-lhe que intercedesse junto a seu Filho para que Ele lhe desse a inteligência necessária, porque seu coração ardia de vontade de ser sacerdote. 

        Numa tarde, quando rezava o terço, aos pés de uma imagem da Virgem, sentiu o que chamou de um ‘estalo’ na cabeça.  A partir desse momento tudo lhe parecia simples e fácil.            

       Foi então admitido no seminário, mas sua idade já era um pouco acima da média das idades de seus colegas de classe;  ele passara a sentir um enorme prazer em adquirir conhecimentos, além disso se considerava velho e julgava que teria que repor o tempo perdido. Assim, ao invés de participar das brincadeiras com seus colegas, preferia passar os recreios “com o nariz enfiado num livro”.                        

     Seus colegas combinaram, então, uma brincadeira, e se puseram, dez deles, a gritar:

-- Olhem um boi voando! Olhem um boi voando!

Imediatamente o jovem Tomás jogou o livro longe e perguntou:

-- Onde, onde? 

Os outros caíram na gargalhada!

--Ora Tomás, onde já se viu um boi voar? Será que você ficou mesmo inteligente?

E o rapaz respondeu:

-- Considero muito mais razoável ver um boi voando do que ver dez padres juntos dizendo uma mentira.
           

         Falar de um, me lembra a  outra. Hoje é dia de São Tomás de Aquino, que viveu de 1225 1274, Doutor da Igreja, cuja obra, a destacar a Suma Teológica, enriquece e amplia os horizontes das almas que têm sede do Infinito. Sua memória me faz lembrar a mestra simples da cidade do interior que, sem regatear seus talentos e habilidades, fez de seus alunos cidadãos exigentes do Verdadeiro Bem.                      

         Saibamos nós, seus eternos alunos, honrar a sua memória, agradecer a Deus ter recebido tão bons princípios, e corresponder, com a especial ajuda de Deus, à exemplo de São Tomás de Aquino, às suas expectativas.                                               

                                                                                                   Giselle Neves Moreira de Aguiar
                                                                                                        Sorocaba, 28/01/2010

sábado, 14 de janeiro de 2012

A arte na preservação da vida



A importância da obra artística de Bruno de Giusti para a Arquidiocese de Sorocaba

O artista plástico Bruno de Giusti faleceu em 29 de agosto de 2011 em Garça, SP.  Ele nasceu na Itália em Lau Muchele di Romera , no dia 13 de outubro de 1920.Veio para o Brasil depois da segunda guerra mundial, tendo estudado na Escola e Belas Artes de Veneza e sendo já autor de várias peças de arte sacra em sua terra natal. Sua história pode ser lida no site do jornal  Diário de Sorocaba .
 Jose Antonio Barros Freire dirigiu um filme sobre o artista:



Os vereadores José Crespo, de Sorocaba, e Gerão, de Porto Feliz,   elaboraram projetos de lei que dão o nome de Bruno de Giusti logradouros das duas cidades.

Torna-se urgente ressaltar o importante trabalho por ele realizado na Arquidiocese de Sorocaba. A parte principal do acervo de sua obra encontra-se na Catedral de Nossa Senhora da Ponte, e na igreja matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Porto Feliz. Para fazer jus a uma real mentalidade católica é preciso considerar que:

Cada templo religioso constitui uma expressão artística da religiosidade de um povo em determinada época. Estudiosos de várias ciências encontram encerradas nos templos religiosos  verdadeiras bibliotecas, com informações  que vão desde os materiais empregados até como eram praticados, e por que eram celebrados, os ritos.

Os templos mais antigos são de grande interesse dos arqueólogos que se submetem a trabalhos penosos e lentos para sentir a alegria de saber um pouco mais como viviam os antepassados de sua espécie.

Desde que passou a existir como instituição, a Igreja Católica exerceu importantíssimo papel de mecenas. Sob suas asas, sempre foram abrigados os artistas de todas as artes ao longo dos dois últimos milênios. Seus templos se tornaram ricos e democráticos (ao alcance de quem os queira apreciar) acervos culturais em cada lugar do planeta, onde arquitetos, artífices e artistas plásticos dão vida e valor a simples trabalhos braçais transformando-os em monumentos de arte, que encantam todos os tipos de observadores.

Hoje vivemos em acelerada evolução, quando o tempo é cada vez menor entre uma realidade e outra, portanto construções consideráveis e esmeradas de pouco tempo atrás já se tornam ícones importantes para mostrar, como partes integrantes de uma exibição em câmera lenta, as várias etapas da evolução da arquitetura e das outras artes.

É importante, não só para católicos, mas também para quem valoriza a arte, a conservação respeitosa dos templos religiosos, preservando o trabalho artístico da época em que cada um foi construído. É legado inestimável para que as futuras gerações possam avaliar e valorizar o esmero e gosto artístico com que foram concebidas e concretizadas as obras, em material forte o suficiente para atingir a geração mais longínqua possível. Obras feitas para se cultuar o Deus Altíssimo.

Esse argumento não é o único e nem o principal para pedir que a obra de Bruno de Giusti seja restaurada e preservada na Catedral Metropolitana de Sorocaba. Principalmente o afresco da capela onde fica a imagem de Nossa Senhora Aparecida, cujo estado em que se encontra é motivo de consternação.

O principal seria o fato de que o trabalho do artista ítalo-sorocabano representa hoje um meio importante para despertar o interesse humano em conhecer mais a respeito do catolicismo. Parece um paradoxo, mas Jesus Cristo tem sua história, sua doutrina e a vida de seus mais importantes seguidores muito pouco conhecidas nos nossos dias, tempo de grande secura espiritual. Nos últimos anos muito pouco, ou nada, tem sido falado a esse respeito na própria Igreja cujo foco das atenções tem sido a caridade cristã e o que chamam de doutrina social.


 A multiplicação dos pães - Tela de Bruno de Giusti na capela do Santíssimo da Catedral de Sorocaba

Esse deve ser o motivo pelo qual quem frequenta a catedral diariamente pode observar o olhar faminto com que os visitantes contemplam as pinturas de Bruno de Giusti. 

E são os mais diversos tipos de olhares, de quem conhece e sabe apreciar obras de arte, olhares saudosos de tempos de abundante conforto espiritual nos mais idosos, olhares de descoberta e interesse de jovens e principalmente de crianças, diante das pinturas que mostram expressões de sentimentos por eles até desconhecidas. Em todos eles uma deliciosa manifestação de deleite intangível que traz estabilidade e conforto à alma esta parte integrante de todo ser humano.                                        

  Uililopes publicou um lindo filme sobre a catedral:


        Mas, de todos os olhares nenhum é mais significativo e tocante do que o de visitantes orientais que praticamente nada sabem de Jesus, não falam a língua portuguesa e por meio das pinturas da catedral recebem, como os primeiros cristãos a mensagem de Cristo por meio da arte.

Isso acontece agora, no nosso tempo, e no futuro, com certeza, outros motivos existirão para que se preserve com todo respeito o trabalho de Bruno de Giusti, além do direito das próximas gerações beberem diretamente na fonte dos valores espirituais de seus antepassados, continuamente expressada na arte do pintor.


    Maravilhosa é a civilização dos que constroem a vida em função de Deus, que é a própria perfeição. Ela faz cada geração mais rica por estar mais próxima do Bem pelo usufruto  do trabalho das gerações anteriores, onde apoia seu progresso. É a prosperidade.






segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mulheres consagradas




Hoje conversei com Maria José, uma pessoa que 
tempos atrás seria conhecida como “irmã de caridade”, 
uma pessoa consagrada ao serviço de Deus na pessoa 
do irmão necessitado.

Antigamente essas pessoas eram facilmente distintas 
das outras, separadas pelo seu hábito, uma vestimenta 
pesada, inadequada para o clima tropical de nosso país.

Todos se sentiam à vontade na presença de uma 
irmã de caridade,que era sempre uma pessoa despojada, 
totalmente livre de qualquer amarra que pudesse dificultar 
o seu serviço que consistia em aproximar as pessoas de Deus.
E era   sempre Ele que tinha e dava solução para qualquer tipo 
problema.

Na maioria das vezes "as irmãs" como eram chamadas 
atuavam como os braços e mãos do Altíssimo, 
executavam qualquer serviço, sobretudo 
de enfermagem no atendimento aos portadores de 
qualquer sofrimento, mas principalmente os sofrimentos do 
corpo.

Seu reduto eram os hospitais que eram chamados Santas 
Casas de Misericórdia, onde não era necessário nada 
para ser admitido como paciente, a não ser a necessidade.

As irmãs viviam da misericórdia divina e eram pródigas em 
reparti-la com todos, afinal, a misericórdia não era delas mesmo! 
A fonte inesgotável ficava na capela do hospital, mais precisamente 
no sacrário, era o Próprio Deus em pessoa!

Quando as dificuldades aumentavam, era ali que elas detinham 
mais a sua atenção. Quantas vigílias de oração por essa ou 
aquela necessidade! Porém todas  eram resolvidas com os 
recursos que Deus lhes dava: fosse enviando um médico para trabalhar 
de graça ou lhes dando coragem, simplicidade e humildade para 
pedir recursos às  pessoas  mais ricas.

Em muitos lugares, a fonte das doenças era a subnutrição e 
mesmo a fome.Ai, a enfermeira de Deus pedia,a quem pudesse dar,
  todos os dias, ingredientes para um santo remédio: uma sopa .

A essa sopa  muitos devem o fato de hoje estar vivo e saudável, 
ou mesmo  a própria "origem" , porque sem a existência dela 
muitos pais ou avós poderiam ter morrido  na infância, 
como tantos “anjinhos” de antigamente, que iam desta vida 
por qualquer desarranjo intestinal ou gripe, devido à subnutrição. 

Ai, como me sinto grata a Deus por ter conhecido uma assim, 
a Irmã Luíza, com seu "chapéu" tão diferente e tão familiar!



Mas Maria José, uma pessoa da minha geração (quase nos 60), 
não traz a alegria, nem a risada gostosa das irmãs de caridade 
que conheci.

 Ela é “missionária” em qualquer parte do Brasil, 
veio para fazer uns exames e cuidar da saúde. Trabalha na 
paróquia com a catequese, mas se dedica mesmo é 
ao “trabalho social”, que, segundo ela, anda muito difícil por 
causa dos políticos e da concorrência dos evangélicos.

Pergunto: Senhor, é este o fruto do trabalho de Vos tirar do trono 
e colocar os pobres no vosso lugar?
O que foi feito dos vossos pobres Senhor, a quem o Senhor 
tratava com tanto desvelo e carinho pelas mãos das 
irmãs de caridade?

Eles foram roubados, Senhor, os mais pobres foram 
roubados, caíram numa triste cilada. Disseram para eles 
que são muito importantes, que têm direito a inúmeros 
bens materiais, que os bem sucedidos são ladrões e que 
são obrigados a dividir com eles todos os bens.

Roubaram-lhes, pelo tempo de mais de uma geração, 
a lembrança da Vossa Onipresença, do Vosso Amor e da
 vossa Verdade.

Muitos, Senhor, entre os que se diziam enviados vossos, 
combatiam (combatem) o amor do povo a Vós, com 
críticas ferinas, verdadeiros deboches;  o foco do seu 
serviço missionário estava ( está ) em despertar o povo contra 
os seus “exploradores”.

Agora o povo se esqueceu de Vós, cada pessoa anda 
centrada nos seus direitos, e é cada vez maior o número 
dos que acreditam que basta desejar para se ter algo, 
não importando que meios possam ser usados para 
consegui-lo. Todo erro é desculpado, até abençoado. . .
Quanto a Vós Senhor, existem, até mesmo entre os que 
ocupam altos cargos no vosso serviço, os que Vos 
consideram como instrumento de manipulação do 
povo, portanto, algo a ser combatido.

Como ficam as “Marias Josés” de hoje Senhor? 
 As missionárias que não se sentem bem, à vontade, numa 
Santa Missa celebrada com piedade  e verdadeira devoção?  
As que estão com os corações endurecidos por 
tanta ideologia que divide o vosso povo disseminando o rancor. 

Elas não conseguem mais sintonizar-se  com as práticas de 
piedade sobre as quais ouviram tantas críticas  e muitas, e  
muitas, delas até  mesmo as combateram!

Abri os vossos braços, Senhor, acolhei a todas elas, que  
agora são os vossos doentes cuja  doença é passageira, 
nada que não possa ser totalmente alijado pela simples 
manifestação da Vossa inefável Presença, na qual nenhum 
mal prevalece, entre eles o erro. Todos os erros dos que 
se consideram vossos são reparados pessoalmente por 
Vós mesmo , em pessoa.

Para os que são realmente vossos, Senhor, até mesmo o 
pecado pode se tornar fonte de bênção, desde que seja  
entregue, pelo pecador confiante, aos Vossos cuidados. 
Esta é uma experiência concreta vivida por inúmeros santos 
da vossa Igreja. 
Que cada um deles interceda por nós, Amém!


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Azur e Asmar






Resenha do filme de animação: As aventuras de Azur e Asmar, do diretor Michel Ocelot, lançado na França em 2006, com o título original Azur et Asmar


Desde o início, o filme já mostra a evidência das diferenças entre os praticamente recém-nascidos
Azur e Asmar. O primeiro, apesar de ter nascido em uma família rica de uma cidade europeia, já nasceu carente, pobre e necessitado de afeto uma vez que seu pai, seguindo a sua cultura, não era afeito a demonstrações de afeto, principalmente quando se sentia atingido pela perda irreparável da esposa.

O segundo carecia da presença paterna, embora o carinho da mãe fosse suficiente para suprir essa falta, a ponto dele não se importar em dividi-lo com o pobre Azur. O amor que recebia era tão farto que podia dividi-lo generosamente. Jenane, mãe de Asmar e babá de Azur, jamais demonstrou nenhum complexo de inferioridade por exercer uma função servil em relação a seu patrão. Exercia sua função com maestria e a perfeição possível, como se fosse a melhor e mais importante. 

Até que chegou o momento em que o pai de Azur foi tomado de ciúme, por considerar que seu filho amasse mais a babá, seu filho e a cultura dela do que a ele próprio e a sua. Acreditando que a presença  dela e a de seu filho fossem nefastas a Azur, e,  se sentindo uma vítima porque tinha seu filho “roubado por sarracenos”, expulsou-os de suas terras, sem menor a consideração. Depois disso entregou seu filho para que fosse ensinado na sua cultura pelos que seriam considerados “sargentos”,na visão de Saint-Exupéry no seu livro “Cidadela".

Como era de se esperar, assim que pode, Azur correu atrás das delícias intangíveis da cultura de sua babá, onde tinha ancorado seu sentido para a vida.
Nas agruras do começo, não se exasperou, compreendeu que o rejeitavam por superstição.O filme mostra que ele usou bem os conhecimentos de sua cultura para adquirir itens necessários para a subsistência e também, alguns que seriam usados para a conquista da Fada dos Djins.

A entrada da personagem Crapoux é muito significativa, ela parece mais uma figura de muitos discípulos da Escola de Frankfurt, que especialistas em crítica, diminuem tudo o que não podem alcançar, roubam os que dizem ajudar e ainda desejam o seu afeto e consideração. Azur, considerava todos os adjetivos que cabiam no novo “amigo” e, ainda assim, não o rejeitou e soube fazer bom uso dos benefícios que dele vinham.

Na sequência, Jenane, a babá, havia se transformado em rica comerciante e fazia questão de dizer que não endossava as superstições de seu povo, mostrava bem que enriquecera usando os conhecimentos adquiridos na Europa, e que, os reconhecendo e fazendo bom uso deles, beneficiava a si mesmo e aos que participavam da sua escalada na conquista da riqueza material, que continuava infinitamente menor que sua riqueza espiritual, cada vez maior e livre de preconceitos.

Graças ao uso das duas riquezas ela pode ver seus dois filhos (porque como tal considerava Azur sem diminuir em nada seu amor por Asmar), unidos, vitoriosos e felizes, tudo o que deseja uma mulher que vive em comunhão e harmonia com a própria natureza. 

É lindo ver como o filme aborda, de maneira elegante, o convívio de pessoas de diferentes culturas, de conceitos diversos que, sabendo evoluir dentro da própria cultura,  valorizando seus próprios valores intangíveis, aprendem a respeitar e considerar a cultura e os valores de seus semelhantes. Porque são capazes de sentir a dor causada pela agressão a seus valores sagrados, sabem respeitar o que não conseguem compreende; são capazes de sentir o que pode ser sagrado para o outro e, portanto, também de respeitar e até admirar.

Pessoas assim encontram seu prazer em beneficiar, em usar seus conhecimentos para ajudar aos outros a tingir os próprios objetivos.   No filme, além, de Jenane havia também o sábio judeu e a princesinha, que embora pequena, era rica em conhecimentos, mesmo que tenham sido adquiridos por meio de “sargentos”; seu coração era vivo o suficiente para bem usá-los.

Um filme que enriquece. 


































domingo, 1 de janeiro de 2012

Santidade e alegria no costume cultural


Chegada da imagem de Nossa Senhora, na Romaria de Aparecidinha
que acontece todos os anos em Sorocaba SP.
Os fiéis passam a noite da virada do ano em vigília de orações,
no Santuário Arquidiocesano distante 16 km de Sorocaba.
Aos primeiros raios do sol do novo ano assistem uma  Missa  
e iniciam um caminhada de 16Km até a Catedral Metropolitana
onde a imagem fica até o segundo domingo de julho, quando volta
em Romaria, da mesma maneira para o Santuário de Aparecidinha.



Desde 1890, quando a gripe espanhola fazia inúmeras vítimas, 
o povo de Sorocaba realiza um já enraizado ritual que envolve 
a população católica da cidade duas vezes ao ano, entre as quais 
o primeiro do ano.
            Trata-se do traslado de uma imagem de Nossa Senhora 
Aparecida do seu Santuário no distrito de Aparecidinha, distante 
cerca de 16 Km da Catedral de Sorocaba, que acontece aos 
primeiros raios de sol de cada  ano novo.
            No ultimo dia de cada ano, os fiéis se reúnem para a 
celebração da Santa Missa, presidida pelo pároco de  Aparecidinha, 
atualmente padre José Antônio Leite de Oliveira, e em seguida 
se dirigem à centenária igrejinha barroca onde se encontra a também 
centenária imagem da Senhora Aparecida; ali permanecem em 
vigília  de orações durante toda a noite.
            As cinco horas da madrugada do primeiro dia do  novo ano 
é celebrada uma missa  presidida pelo senhor Arcebispo, que hoje  
é Dom Eduardo Benes Sales Rodrigues,  em seguida o cortejo de 
romeiros percorre os 16km  pelas, ruas e estradas, até chegar 
ao centro de Sorocaba. No caminho passa pela Santa Casa, 
onde faz uma visita a todos os doentes, profissionais da saúde, 
e funcionários que a recebem com efusivas demonstrações 
de alegria pela visita da Mãe, Senhora e Rainha. O trajeto 
todo é marcado por chuvas de pétalas de rosas, papel 
picado, aqui e ali, que caem das sacadas.
            Ao atravessar a ponte sobre o rio Sorocaba, acontece 
uma inenarrável queima de fogos, onde o barulho dos rojões 
proclama a alegria do povo em saudar o ano novo com a 
chegada da imagem daquela que representa para ele o conforto 
da presença materna, que deseja para si, para cidade, para Brasil 
e para o mundo durante todo o ano novo, em todos os outros.
            A festa é finalizada com a acolhida da imagem e dos 
peregrinos, nas escadarias da catedral, pelo pároco, atualmente 
padre Tadeu Rocha Moraes. Acontece então a celebração da 
Santa Missa, concelebrada por outros padres da arquidiocese.

No segundo domingo de julho acontece a romaria em sentido i
nverso, tudo começa com uma missa celebrada na madrugada 
pelo senhor arcebispo e a seguir a multidão 
( no último julho havia cerca de 70000 pessoas) percorre o 
caminho para levar a imagem de Nossa senhora ao seu 
Santuário em Aparecidinha, o  segundo santuário consagrado 
à Mãe Aparecida a existir, no Brasil e no mundo.
            Que o povo de Sorocaba responda por todo o povo de 
nossa pátria, ao festejar aquela que foi coroada rainha e 
padroeira do Brasil, sob cuja proteção todos nós nos abrigamos.
            Viva Nossa Senhora Aparecida!!!!!!!!!

(texto de janeiro de 2010)