Com base nos artigos
: "O fundamentalismo de cada dia" ,
assinado por Daniel Sottomaior, no jornal
Folha de São Paulo
no dia 08/12/2011 e "Fundamentos do ateísmo"no mesmo jornal,
na coluna de Hélio Schwartsman, no dia 10/12/2011
escrevi a seguinte carta ao jornal:
Caros senhores;
|
Na últimas edições a
"Folha" tem trazido
artigos de ateus
falando sobre religião.
À minha
simplicidade vem a imagem de macacos
numa loja de
cristais.
Como podem opinar
sobre algo em que não acreditam,
não cultivam
culturalmente,não tenham lido seus doutores,
e nunca
experimentaram um exercício de ascese. Portanto,
não dispõem do
conhecimento do assunto,pelo menos
para escrever sobre.
Lembro-me, e agora
concordo plenamente, com o que
ouvi em um sermão
quando ainda era muito jovem,
por isso, não me
lembro se era uma citação:o maior
inimigo da religião
é a ignorância, seja advinda dos
próprios adeptos ou
dos seus, sempre presentes,
perseguidores.
***
É confortante saber que não estou sozinha
neste pensamento,
ninguém menos que o grande
humanista Thomas
Morus, escreveu no seu livro,
A Utopia, que é fonte de inspiração para
muitos ateus
que vivem de
associar a bondade com o marxismo,
talvez movidos pela
mesma ideia que leva muitas
pessoas a
acreditar que os alimentos nascem e
crescem nas prateleiras dos supermercados.
Os primeiros, como
os segundos, não fazem
senão, agindo como
adolescentes, condenar os que
realmente lhes
fornecem ( no passado e no presente)
castigos
são preparados para os crimes e recompensas
para
as virtudes. Não dão o nome de homem àquele
que
nega estas verdades e que rebaixa a natureza
sublime
de sua alma à vil condição de um corpo animal;
com
mais forte razão, não o honram com o título de
cidadão,
persuadidos de que, se o tal não estivesse
amarrado
pelo temor, calcaria aos pés, como flocos
de
neves, os hábitos e as instituições sociais. Quem
pode
duvidar com efeito, que um indivíduo que não
tem
outro freio senão o código penal, outra esperança
que
a matéria e o nada, não encontre prazer em iludir,
astuciosa
e secretamente as leis de seu país, ou violá-las
pela
força, desde que satisfaça a sua paixão e o seu
egoísmo?
A
esses materialistas não se rendem homenagens, não
se
confiam magistraturas ou cargos públicos. São
desprezados
como seres de natureza inerte e impotente.
Entretanto
não são condenados a pena, na convicção
generalizada
de que não está no poder de ninguém sentir
segundo
sua fantasia. Não se fazem ameaças para obrigá-los
a
dissimular a própria opinião. A dissimulação é proscrita na
Utopia
e a mentira é detestada tanto quanto a trapaça.
Unicamente
não têm o direito de sustentar seus princípios
perante
o vulgo; podendo fazê-lo, entretanto junto aos padres
e outras graves personagens. São mesmo
insistentemente
convidados
para essas conferencias, na esperança de que seu
delírio ceda enfim à razão." - A Utopia – Thomas Morus-
Tradução de Luís de
Andrade – Ediouro –
gisellenmaguiar
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