O demônio na
Canção Nova, parece absurdo.
Penso
Senhor, que o Senhor contou uma parábola por meio do seu querido Padre Rufus.
Deve ser
mesmo muito desconfortável para o demônio, ter que assistir aquela multidão
louvando o Vosso Nome, o sem número de pessoas que por meio do ministério do
seu sacerdote têm desinfetadas as almas, mentes e corações das contaminações
malignas disseminadas por todas as
maneiras; principalmente por aquelas que, as almas simples, de pessoas do vosso rebanho não estão
preparadas para perceber, porque só podem admitir nas pessoas que se mostram
como estando a vosso serviço, o mesmo sentimento que vigora em seus corações,
um profundo amor e uma imensa vontade de Lhe agradar..
Penso Senhor, que para contaminar essa multidão de
almas, as mais difíceis para ele, o demônio tem que se sujeitar a muitos
incômodos. Por ter que tomar para si, usando dos meios mais abjetos,
sacerdotes, para que cheguem a ocupar cargos decisivos na Igreja e disseminar
com “autoridade eclesiástica” atitudes e posicionamentos que arrastam e afastem
de Deus o Seu rebanho, o “pobre diabo” tenha que suportar estar na Vossa
Presença, na Eucaristia. Sim, porque Vós, por amor ao vosso rebanho, não se
recusa a ter o Corpo e o Sangue em mãos impuras, de pessoas de corações duros,
incapazes de sentir a vossa Presença. Por amor ao vosso rebanho Vós estais
irremediavelmente na Eucaristia, mesmo se a pessoa que realiza o mistério da
Missa, não esteja à altura, de acordo com o vosso Sacramento da Ordem.
O que leva, Senhor, o demônio a sujeitar a Vossa
Presença, a maior de todas as agonias para ele? Ele quer roubar de Vós a vossa Igreja,
Senhor, usurpar o vosso poder. Quão preciosa é a vossa Igreja Senhor, até para
o demônio!
As palavras do padre Rufus não me saem da cabeça: “A primeira vez que vi o inimigo cuspir foi
aqui no Brasil e na Canção Nova.”
É, deveras, inusitado ver o demônio cuspir na Canção
Nova. Mas parece que ele tem tentado fazer isso há certo tempo. Já faz alguns
anos que ele cospe informações aqui e ali dizendo que não se pode falar coisas
que ofendam as pessoas que estão em desacordo com a nossa fé; portanto, a
Canção Nova deve “dobrar a língua”para não ofender as pessoas que fazem aborto
por considerar que seja um problema de assepsia, de saúde pública, ou que se
deve acolher a homossexualidade considerando que a lei natural como fosse uma mera convenção e outras
afirmações semelhantes, sempre invocando a caridade cristã.
Demoniacamente
o inimigo tem feito da caridade cristã uma arma contra o reinado de Deus,
contra a Verdade da nossa fé transmitida de geração em geração desde o antigo
testamento, porque Vós mesmos Senhor, na vossa Segunda Pessoa, como o Verbo
encarnado, disse com todas as letras ( que se acham consignadas, em latim,
língua morta para não sofrer nenhuma corrupção no sentido das palavras): “Não julgueis que vim abolir a lei ou os
profetas, mas sim para levá-los à perfeição. Pois na verdade vos digo, passará
o céu e a terra , antes que desapareça um jota, um traço da lei.” – Mat.
5,17-18 - . Portanto, Senhor, os dez mandamentos, dados por meio de Moisés,
continuam a vigorar, quer queiram ou não os que se dispõem a revogar qualquer
um deles usando da pseudo-autoridade que acreditam ter por ocupar este ou
aquele cargo.
A Canção Nova durante muito tempo foi um oásis para
quem quisesse estar entre católicos sem ouvir nada que ferisse os ouvidos de
pessoas coerentes com fé. Mas agora ela anda diferente. Parece estar sendo
acometida pelo vírus da doença que entorpece a razão para que se dê ouvidos
somente ao que querem que se acredite ser a caridade cristã. Não a caridade cristã,
totalmente submissa à verdade, que cuida das feridas causadas pelo pecado, e,
portanto, dá nomes reais aos pecados, e de acordo com o bom senso, avisa
constantemente dos perigos dos pecados e de como se deve evitá-los para não sofrer
as suas consequências.
Como motivo para pensar que a contaminação chegou à
Canção Nova tem-se o fato de que não se ouve mais, pregar abertamente a
doutrina católica conforme antes. Parece que a emissora do povo de Deus vem
sendo submetida ao poder político da imensa Babilônia que tem se tornado o
Brasil e a América Latina. Temo que a nova “política progressista” que vigora
já na maioria das paróquias esteja já pouco a pouco, se instalando na Canção
Nova. O destino dela, se o Senhor não interferir, deverá ser o mesmo das nossas
paróquias, onde a vida religiosa acontece mornamente, onde as pregações e as
orientações da catequese só fazem abrandar os pontos ‘considerados’ mais
difíceis da doutrina para que os erráticos não se sintam constrangidos, onde a
virtude é vilipendiada, quando não sofre um verdadeiro bullying das pessoas
cujo papel seria promovê-la.
Enquanto isto acontece Senhor, carga sobre carga são colocadas
nos ombros dos que Lhe são fiéis, os que praticando os vossos ensinamentos são
abençoados em seus negócios, na sua vida familiar conforme todas as vossas
promessas. As pessoas que falam em nome do demônio usam de todos os recursos da
retórica para vilipendiar os abençoados fiéis a Vós, que são continuamente
descritos nos sermões como vis exploradores do povo, basta que seja patrão,
mesmo que de um só empregado. Segundo o raciocínio deles, os que Vos amam e vos
são fiéis devem suprir as necessidades dos que não querem saber de Vós, da
vossa lei, de viver e praticar a virtude, porque esses são os pobres, de
riquezas materiais ou de virtudes.
Os sintomas desta doença já se fazem sentir na CN.
Observa-se que os que antes falavam fortemente para defender os vossos
interesses na vida do vosso povo, agora estão cada vez menos intensos, menos
entusiasmados, e, enquanto isso, a grade das programações traz palavras de
“autoridades” que praticamente desdizem pregações como as do próprio Padre
Rufus, embora até ele mesmo este ano tenha se mostrado menos entusiasmado. Quantos,
após a morte do padre Léo, se colocando na posição de estrelas, não fazem mais
do que falar amenidades doces a todos os tipos de ouvidos?
Estamos Senhor, assistindo a Canção Nova sair de
vossas mãos? O que deve acontecer Senhor? Ela se transformará em mais um
veículo à serviço de certa ideologia que quer dominar o mundo, muito além do
marxismo?
Ouvi falar Senhor, e li um pouco a respeito, de certo
Edgar Morin, cujas ideias superam às de Karl Marx. Enquanto Marx focava seu
objetivo no comunismo material, Edgar Morin, embora queira fazer crer que
considere todas as culturas e religiões, quer que todos no planeta pensem de
maneira igual. Por isso, ao longo do tempo, todas as religiões devem ser
consideradas “superadas”, todos devem seguir o caminho de um único governo
planetário e rezar todos na mesma cartilha, escrita não pelo Deus criador e
mantenedor do mundo, considerado invencionice, mas uma cartilha, chamada a do
senso comum, escrita pelos expoentes de plantão, que pretendem “escolher” as
ideias que a humanidade deverá ter em comum, apesar de serem pobres mortais( embora
pareçam acreditar no contrário). Em defesa dessa ideia, atuando na vaidade
humana, seus discípulos querem fazer com que as pessoa se achem inteligentes
demais para acreditar em Deus e nos dogmas da religião de seus antepassados.
Mas tal
ideia não é oferecida assim, de chofre, principalmente num lugar como a Canção
Nova, por isso a tática deve ser outra, fazer uma imagem de Vós cada vez mais
frouxa, mais ligth, então Vós passais a ser o Deus benigno, o pai indulgente
que aceita tudo, que não condena ninguém, que considera tudo bom porque conhece
todas as coisas e cada coração. Ou seja, Senhor, o Senhor não vê problema algum
em revogar alguns dos seus mandamentos, em tornar a sua doutrina cada vez mais
ligth para não aborrecer as pessoas, que se tornam cada vez mais importantes do
que Vós mesmo.
A doutrina de Morin e pensadores afins precisa ser
apresentada brandamente, é preciso uma tática especial: Enquanto trazem um
pregador como Padre Rufus, que atrai muitos milhares de pessoas, a essas mesmas
pessoas, que formam o segmento de público da Canção Nova, são apresentadas ora uma , ora outra, ideia da doutrina
contrária à nossa fé. Assim mesmo, a
conta gotas. A princípio as pessoas acham estranho e notam que não tem nada a
ver com a Canção Nova a fala de determinada pessoa. Muitas chegam a ligar para
a emissora para reclamar, mas são acalmadas com palavras doces, sempre em nome de
Jesus, por atendentes imbuídos do mais verdadeiro amor a Ele, que nem de longe
podem imaginar que algo errado possa estar acontecendo.
Com a anunciada presença de defensores públicos de
valores anticristãos na grade de programação, em nome de uma pluralidade de ideias,
cada vez mais terreno vem sendo tomado até que chegue o dia em que os antigos
discursos de defesa da fé e dos valores cristãos destoem da grade programação,
e o demônio terá conquistado mais um espaço.
O método
usado para obter esse resultado é chamado de gramcismo, um método criado por
uma pessoa chamada Antônio Gramsci para implantar as ideias comunistas (não é
mais politicamente correto falar comunista, socialista é mais aceito). Nele não
se rebate nenhuma ideia importante para as pessoas alvo da doutrinação; vai-se semeando
no meio delas, as sementes do contraditório, com maneiras agradáveis, até que a
lavoura do joio prevaleça.
Este método
que começou a ser usado nas universidades, principalmente nas escolas de
ciências humanas, se alastrou nas paróquias católicas, nos meios de comunicação
e agora tem como alvo as escolas, onde o
método gramcista é aplicado por meio da massificação das ideias, como a usada
pelo ENEM, onde todos os jovens de determinada faixa etária têm que ler os
mesmos livros e ter o mesmo paradigma nas redações. Mas o pior de tudo são as
doutrinas de gênero impostas violentamente aos alunos das primeiras séries,
confrontando com os valores que a maioria cristã recebe em casa.
Parece que
a Canção Nova é o último bastião dos valores cristãos livremente proclamados,
ou era Senhor?
O que
podemos fazer além de lamentar Senhor?
O próprio
Padre Rufus mostrou o caminho, com seu jeito humilde, disse na última missa que
corramos para a Mãe. Ela, invocada com a confiança filial por cada um dos quais
Vós mostrais tantos motivos de dor, com certeza pedirá para nós, ao Pai, o
Espírito Santo de fortaleza, com o aval do precioso sangue de Jesus, Deus feito
membro da raça humana como filho dela.
Ela sabe
que não podemos perder a Canção Nova, como instrumento da Igreja Católica
Apostólica Romana. Pela intercessão da
Mãe Santíssima, vos peço Senhor, que se acaso seus dirigentes, conscientes ou não,
considerem melhor aquiescer às ideias do mundo, que ela deixe de ser
considerada católica. Usando dos direitos alegados pelos que desejam inserir
ideias alienígenas, os católicos têm o direito de receber a doutrina de sua
Igreja na sua integralidade. Para defender esse direito, todas as armas lícitas
e convenientes a cristãos não podem deixar de serem usadas. Até mesmo
apresentar na Justiça Civil um processo para defender a milenar doutrina
católica de adulterações subjetivas feitas usando o abuso de poder por quem for
responsável. Ninguém tem o direito de dizer que é católica uma doutrina que não
o é. Quem o fizer está sujeito a responder pelas consequências, em todos os
foros.
Desde
sempre Senhor, desde o inicio da vossa Igreja, a fidelidade da doutrina tem
sido defendida a custa até de martírio por parte de muitos aos quais o Senhor
fez compreender o valor e a importância da doutrina ensinada por Deus, tanto
para a humanidade toda quanto para cada
alma, em particular. De tempos em tempos, o demônio acredita que pode acabar com
Igreja, e se enche de ânimo, mas ao longo de toda a história sempre foi
vencido, e nós, no nosso tempo aprendemos com as atitudes dos santos, em cujos
exemplos de fidelidade miramos.
Parece que
os dias de hoje têm algo parecido com os tempos de São Tomás de Aquino quando disse
que praticar uma heresia, falsear a fé, é muito mais grave, causa muito mais
dano do que falsificar dinheiro, portanto a ela deve ser impingida pelo menos a
mesma pena atribuída aos falsários ( Suma Teológica II-II, 11, 3c).
Confiamos
na vossa misericórdia, Senhor, sentindo a vossa presença, vossos filhos com
vossa graça, defenderão a vossa Igreja e a Canção Nova.
Giselle Neves Moreira de
Aguiar
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