sábado, 30 de abril de 2011

Uma visão cristã do PL122


No meu antigo trabalho como comerciante de artigos de arte convivi com muitas pessoas homossexuais, principalmente masculinos. Gostava muito de trabalhar com essas pessoas porque geralmente são dotadas de grande sensibilidade artística,  rica bagagem cultural além de muito bom gosto.

Sempre se mostravam conosco, meu marido e eu, como verdadeiros gentlemen, ou seja, pessoas educadíssimas e respeitosas. 

Como éramos todos seres civilizados, jamais o assunto sexo era abordado entre nós; tínhamos vários outros assuntos interessantes dos quais tratávamos, e as preferências sexuais tanto deles como as nossas, absolutamente, não eram relevantes e nem da conta de nenhum de nós.
De maneira que quando é mencionado o assunto homossexualismo, sempre me lembro de tais pessoas, que conheço ou conheci, com carinho e tenho sempre muito a agradecer a Deus por benefícios que nos vieram por meio delas.

Nenhum ser humano pode impor sua maneira de ser aos outros. Entre nós criaturas, nenhuma pode se arvorar em fiscal da conduta alheia, uma vez que todas nós temos o mesmo nível de importância diante Criador Todo Poderoso, que é ao mesmo tempo Pai amoroso. Isto quer dizer que Deus está disponível a todo instante para dar atenção a quem desejar se comunicar com Ele, desde que O considere como é na realidade: Deus e Senhor de todas as situações enquanto se observa a própria condição de Sua criatura.Noutra palavra: respeito.
É neste ambiente que um cristão de DNA católico vê a questão do homossexualismo e a lei PL 122 que tramita no Congresso Nacional e que tenciona tornar criminoso(a) quem disser algo que seja considerado desabonador para os homossexuais.

A nossa fé vê uma pessoa homossexual como um (a) filho (a) de Deus como qualquer um de nós, sujeita aos mesmos direitos e deveres. Cada pessoa considerada adulta é responsável diante de Deus por si e pelas consequências de seus atos, e essa é matéria que cada um trata diretamente com Ele e ninguém pode exercer nenhum tipo de julgamento ou pressupor algo. Já diziam os antigos: “coração dos outros é terra que ninguém vai, só Deus tem acesso.”

Assim como os religiosos têm o dever de tratar com respeito e amor cristão os irmãos que escolheram este tipo de comportamento, assim também os homossexuais têm o mesmo dever de respeitar os direitos das pessoas religiosas que, usando do mesmo direito que eles, escolheram continuar no caminho que aprenderam com seus antepassados. Ou será que todas as pessoas serão obrigadas a considerar a vida homossexual como algo desejável e elogiável?

Os homossexuais têm o direito de escolher seu caminho, mas não podem obrigar todas as pessoas a trilhá-lo ou a aceitá-lo como bom; no entanto, esse parece ser o objetivo do PH122. Ninguém pode ser obrigado a considerar o homossexualismo um bem. E todos têm o direito de manifestar seu pensamento numa democracia. Em caso de excessos, de ambos os lados já existem leis suficientes para agasalhar a quem se considerar atingido ou injuriado.

Já temos notícias de diversos casos de aplicação da lei Maria da Penha em que os companheiros, (até casos de homossexuais) que sofreram agressões por parte das mulheres reivindicam na Justiça seus direitos.

Seguindo este raciocínio qualquer pessoa pode se sentir ofendida ao ver o que acontece numa parada gay, por exemplo, quando são externados ataques de todas as maneiras às instituições religiosas, e a todos os que não prestam culto a esse modus vivendi.  Ou no dia a dia, nas ruas, quando performances ostensivas e agressivas de certas pessoas em horários de trabalho e de escolas podem ser consideradas ofensas e agressões a pessoas que não obrigadas a fazer público para expressões de comportamento que podem totalmente ser aceito e elogiável por quem teria pleno direito de apreciá-los em recintos fechados.

Como estas pessoas têm o direito de manifestar seu pensamento e comportamento os religiosos também não podem ser impedidos de manifestar os seus. Tanto pensamento como comportamento.  Impedir os religiosos de se manifestarem, civilizadamente, contra constitui uma injustiça tão grande quanto a qual dizem querer defender os homossexuais. E por esse direito, o direito de se manifestar, que os religiosos ou conservadores devem lutar com todas as suas forças. Vale lembrar o que já vi escrito, mas não me lembro por quem: “Os que não lutam por seus direitos não fazem jus a eles.”

Suponho que em primeiro lugar deveríamos propor uma lei que proíba e puna a quem chamar os cristãos de homofóbicos. Este termo foi inventado por quem deseja ofender os cristãos, seguidores do Cristo que morreu por todos, e não faz distinção de pessoas. Os fóbicos são os que não podem suportar a visão de uma  família feliz que vive à luz da fé; e como de hábito deles, atribuem à vítima a condição de algoz, porque são especialistas em distorcer os fatos para tentar justificar sua carência de Deus.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Uma abençoada Semana Santa!

  A Cruz do nosso Deus é a estrutura que estabelece, sustenta e

 dá firmeza à vida dos que se submetem a Ele.

                        

                                                         http://www.obeija-flor.com.br/


                                     

terça-feira, 12 de abril de 2011

Que a Verdade fala dentro de nós, sem estrépito de palavras



      Falai, Senhor, que o vosso servo escuta: vosso servo sou eu, dai-me inteligência para que conheça os vossos ensinamentos.
Inclinai meu coração às palavras de vossa boca; nele penetre, qual orvalho, o vosso discurso (1Rs 3,10; Sl 118,36.125; Dt 32,2 ).
      
       Diziam outrora os filhos de Israel a Moisés: Fala-nos tu e te ouviremos; não nos fale o Senhor, para que não morramos (Ex 20,19).  Não assim, Senhor, não assim, vos rogo eu; antes, como o profeta Samuel, humilde e ansioso, vos suplico: Falai , Senhor, que vosso servo escuta.
          
         Não fale Moisés, nem algum dos profetas, mas falai-me vós, Senhor Deus, que inspirastes e iluminastes todos os profetas, porque vós podeis, sem eles, me ensinar perfeitamente, ao passo que eles, sem vós, de nada me serviriam.
     
         Podem muito bem proferir palavras, mas não conseguem dar o espírito; falam com muita elegância, mas, se vós vos calais, não inflamam o coração. Ensinam a letra, vós, porém, explicais  o sentido.
      
        Propõem os mistérios, mas vós descobris a significação das figuras. Proclamam os mandamentos, mas vós ajudais a cumpri-los. Mostram o caminho, mas vós dais a força para segui-lo.
       
         Eles regam a superfície, mas vós dais a fecundidade. Eles clamam com as palavras, mas vós dais inteligência ao ouvido.
      
            Não me fale pois Moisés, mas vós, Senhor meu Deus; Verdade eterna, para que não morra sem ter alcançado fruto algum, se for só admoestado por fora e não abrasado interiormente.

     E não seja minha condenação a palavra ouvida e não praticada, conhecida e não amada, criada e não observada.
       
          Falai , pois, Senhor, que o vosso servo escuta; porque possuis palavra devida eterna (1Rs 3, 10; Jo 6.69). Falai-me para consolação de minha alma e emenda de minha vida, também para louvor, glória e perpétua honra vossa.
                                
                       Do livro:  Imitação de Cristo
                             Livro III, capítulo 2
                     Autor: Thomas de Kempis , em aproximadamente 1440

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Igreja, Galileu e a Ciência




 É bastante comum ouvir em salas de aula que a Igreja, por meio da Inquisição, condenou Galileu Galilei por defender a ideia do modelo do sistema heliocêntrico de Nicolau Copérnico. Tal fato, dito sempre com ênfase na condenação da Igreja, induz o aluno a pensar que as religiões, de maneira geral, são incompatíveis com a ciência.  Certos professores dão a entender que religião é coisa inventada, para manipular adeptos, e aproveitam para disseminar as ideias aceitáveis para materialistas, como o aborto e uniões homossexuais, ideias que são inaceitáveis para quem vive à luz de Deus, consciente das maravilhas espirituais que tornam sagrado tudo o que diz respeito à vida humana, tão cara a Deus. Pessoas religiosas, possuem uma visão de mundo inalcançável para  quem não desenvolve a visão da alma ( para ver o invisível aos olhos biológicos). 

Observando um pouco se pode constatar que as pessoas que disseminam a condenação à fé são quem, na verdade, estão exercendo a manipulação. Muitas vezes o fazem tirando proveito da condição de professor, dizendo apenas parte das verdades e conduzindo o pensamento dos alunos de acordo com a ideia que querem fazer acreditar.

Como exemplo, podemos ver o próprio caso de Galileu. Não é necessário nem mesmo aprofundar, mas somente expandir um pouco o conhecimento a respeito desse assunto para ter uma visão mais clara do que realmente ocorreu.

Imaginemos o cenário da época: século XVII, a visão de mundo que as pouquíssimas pessoas alfabetizadas tinham era a de Aristóteles, dada no século IV A.C. Para estas pessoas, havia dois mundos diferentes:

O mundo supralunar (“pra lá da lua!”) que era considerado um mundo claramente simples, no qual a única mudança que poderia ocorrer seria na posição dos corpos celestes, que eles acreditavam que executassem movimentos circulares e uniformes, facilmente descritos matematicamente; e o mundo sublunar, onde vivemos, na crosta terrestre.   Este seria o mundo sensível ( medido e observado por meio dos sentidos humanos, as melhores ferramentas científicas disponíveis na época), do qual fazia parte os elementos pesados, que ficavam ligados à crosta, e os livres, como ar e fogo que ocupavam as camadas superiores. Segundo esse raciocínio, o acúmulo de metais pesados fazia a Terra ser o centro do mundo.

Outra ideia a ser considerada é a de que, geralmente, as mesmas pessoas que acusam a Igreja de ser contra a ciência a acusam também de deter todo o conhecimento nos tempos antigos, cujos arquivos eram guardados nos mosteiros porque quase somente os monges e padres sabiam ler e escrever.
Pois bem, naquele tempo era assim mesmo. Os primeiros grandes cientistas eram quase todos religiosos, o que nos faz ver que a ideia de ciência e religião serem antagônicas não tem base na lógica.

Voltando a Galileu: apoiado em observações feitas usando uma luneta que recém tinha sido inventada, Galileu defendeu diante da comunidade científica da época o modelo de sistema de Nicolau Copérnico, no qual a terra e todos os planetas giravam em torno do sol, o sistema heliocêntrico que hoje sabemos ser o real.

Acontece que as observações feitas das fases de Venus por Galileu, com as quais pretendia provar a existência do novo sistema, não provavam que a terra se movia porque, naquela época, havia também um terceiro modelo de sistema, o sistema de Tycho- Brahe , no qual a Terra estava parada no centro do Cosmos, a lua girava em torno dela, o Sol também, mas os planetas giravam em torno do sol. Este sistema explicava tão bem como o modelo de Nicolau Copérnico as observações feitas por Galileu com a luneta, ou seja, nesse modelo, os planetas (incluindo Venus, como mostravam suas fases) giravam, mas a Terra continuava fixa, como centro do Cosmos.



Embora Galileu estivesse certo, os recursos de que dispunha na época não foram suficientes para convencer a comunidade cientificado seu tempo, que era composta na sua maioria por pessoas ligadas à Igreja, o próprio Nicolau Copérnico era cônego. Não se trata então, apenas da imposição religiosa de um dogma, mas da opinião da comunidade científica e o senso comum de uma época.

Para ilustrar o ocorrido, podemos nos lembrar dos, recentes na história, ferrenhos debates ente  Albert Einstein e Niels Borh, abordando a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica.

Os religiosos sempre desenvolveram papel importante para a humanidade no que diz respeito à ciência, as artes e a todos os saberes humanos. Não existe nenhuma área das sadias atividades humanas que não seja embasada no trabalho que alguém tenha feito para glorificar ao Deus inventor da criação e da criatividade.

Tudo o que eleva o ser humano é de interesse de um verdadeiro católico. Temos necessidade de estar sempre em ascensão, afinal o nosso destino e o nosso limite é nosso Deus, o autor e produtor do projeto “Vida”. A verdadeira ciência é um caminho seguro. Mas não se pode impor o conhecimento às pessoas, considerando-as ignorantes por não conseguirem acompanhar o raciocínio de quem se considera elevado, mas é necessário crescer no conhecimento científico  respeitando o grau de evolução e a bagagem de conhecimento de cada povo, de cada época.

Afinal se recebemos mais conhecimentos, e os recebemos de quem os  produziu antes  de sequer existirmos, temos obrigação de sermos mais humanos e compreender mais os irmãos e o mundo. “A quem muito foi dado , muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.” Lc 12, 48

            Fonte:
Livro: Diálogos sobre Física Quântica
            Autores:José Croca e Rui Moreira
            Editora Capax  Dei
            Rio de Janeiro – 2010

            

                                                 giselle neves moreira de aguiar
                                                 http://www.obeija-flor.com.br/